A operação de retirada de estrangeiros e afegãos foi retomada nesta sexta-feira, 27, no aeroporto de Cabul, um dia após o violento atentado executado pelo grupo extremista Estado Islâmico (EI), que deixou pelo menos 100 mortos, incluindo 13 soldados americanos.

O atentado, que também deixou mais de 160 feridos, foi condenado pelos talibãs, pelos Estados Unidos e por seus aliados e também por Rússia e China.

Os ataques aumentaram a já grande tensão reinante, na parte final da contagem regressiva até 31 de agosto, quando todos os soldados americanos devem abandonar o país depois de 20 anos de presença militar. A data também significará o fim das retiradas em larga escala.

Mais de 100.000 pessoas foram retiradas do país desde meados de agosto.

O atentado suicida de quinta-feira, 26, teve como alvos os soldados que organizam a retirada e os afegãos aglomerados nas imediações do aeroporto, na esperança de embarcar em um dos voos dos países ocidentais.

As explosões provocaram pânico e desolação. As imagens de dezenas de vítimas, mortas, ou feridas, deitadas nas águas sujas de um canal de drenagem próximas do aeroporto, assim como os vídeos de homens, mulheres e crianças fugindo, apavorados, do local deixaram o mundo sem palavras.

“Há muitas mulheres e crianças entre as vítimas. A maioria das pessoas se encontra em estado de choque, traumatizada”, disse à AFP nesta sexta-feira uma fonte do governo deposto em meados de agosto pelos talibãs.

O balanço de mortos e feridos pode aumentar nas próximas horas, porém, muitas pessoas estão gravemente feridas, e outras continuam desaparecidas.

Além dos afegãos mortos, 13 militares americanos faleceram, e 18 ficaram feridos, o balanço mais grave para o Exército dos Estados Unidos no Afeganistão desde 2011.