A ONU alertou nesta sexta-feira, 10, que nove de cada dez famílias da população afegã não têm alimentos suficientes. O alerta foi divulgado a poucos dias de uma conferência para arrecadar os 606 milhões de dólares que a organização precisa para o final de 2021 nesse país.
Segundo informou a diretora Anthea Webb em videoconferência em Bangcoc, uma pesquisa telefônica realizada pelo Programa Mundial de Alimentos (PMA), de 21 de agosto a 5 de setembro, nas 34 províncias do país, mostra que 93% das famílias carecem de alimentos.
“Três em cada quatro famílias reduzem as porções ou pedem alimentos e também compram comida mais barata, renunciando a alimentos nutritivos como laticínios, carne ou vegetais”, destacou.
A falta de acesso ao dinheiro desde a chegada dos talibãs agravou ainda mais a situação crítica que já existia e aumentou os preços dos produtos de primeira necessidade.
O PMA precisa de 200 milhões de dólares até o fim do ano, destinados a ajudar 14 milhões de afegãos de uma população total de 38 milhões.
A conferência ministerial, que acontecerá na segunda-feira ,13, em Genebra, deve reunir cerca de 40 ministros dos países-membros, dos quais uma parte comparecerá presencialmente, assim como os responsáveis dos grandes organismos das Nações Unidas ativos no Afeganistão.
Com o retorno do Talibã ao poder em Cabul em meados de agosto, surgiram novas necessidades, segundo o Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários (OCAH).
Os 606 milhões de dólares solicitados incluem 413 milhões de dólares de necessidades não financiadas já incluídas no apelo anterior, com 193 milhões de dólares destinados a novas necessidades da população.
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