O Afeganistão está tendo crise alimentar e já é considerado mais grave que na Síria ou no Iêmen. Apenas a República Democrática do Congo está uma situação um pouco mais devastadora, segundo funcionários da Organização das Nações Unidas (ONU), nesta segunda-feira, 25.

“Neste inverno, milhões de afegãos serão forçados a escolher entre migrar ou morrer de fome, a menos que possamos aumentar nossa ajuda para salvar vidas”, disse David Beasley, diretor executivo do Programa Alimentar Mundial (PAM), em comunicado conjunto com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO).

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Sob os efeitos da guerra, aquecimento global e crises econômicas e de saúde, mais de 50% da população afegã estarão nesta rigorosa situação em dois níveis, crise alimentar e emergência alimentar do índice IPC (Quadro Integrado de Classificação de Segurança Alimentar), desenvolvido pela ONU.

“O Afeganistão está agora entre os piores desastres humanitários do mundo, senão o pior”, acrescentou Beasley.

“A contagem regressiva para o desastre começou e se não agirmos agora, teremos o desastre total nas nossas mãos”, alertou.

O estágio 3 é caracterizado por subnutrição aguda grave ou incomum e o estágio 4, por subnutrição aguda muito elevada e mortalidade excessiva. O último estágio (5) é o da fome. Esse é o número mais alto desde que as Nações Unidas começaram a analisar esses dados no Afeganistão, há dez anos.

O Afeganistão está devastado por mais de quatro décadas de conflito e sofre as consequências do aquecimento global, que levou a secas severas em 2018 e 2021.