Em carta a Organização das Nações Unidas (ONU), um total de 36 organizações não governamentais (ONGs), a maioria africanas, pediram nesta quinta-feira, 28, para que o Conselho de Direitos Humanos realize uma sessão de emergência sobre o Sudão, depois do golpe de Estado sofrido pelo país na última segunda-feira, 25.
As ONGs pediram às Nações Unidas uma “ação decisiva para proteger a transição, a ordem constitucional e os direitos humanos do povo sudanês”, e ao Conselho de Direitos Humanos, “a responsabilidade de agir urgentemente”.
Eles pediram ainda a adoção, na sessão, de medida que estabeleça uma comissão de inquérito sobre a situação das liberdades fundamentais no Sudão onde, de acordo com o documento, só aumentou com o golpe de Estado.
No dia do golpe militar, a alta-comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, condenou a ação extremista e pediu aos militares para “respeitarem a ordem constitucional e saírem das ruas”.
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O chefe das Forças Armadas sudanesas, general Abdel Fattah al-Burhan, anunciou, na última segunda-feira, 25, a dissolução do governo e do Conselho Soberano e também a suspensão de vários pontos da carta constitucional aprovada em agosto de 2019. A carta estabelece um roteiro para a realização de eleições e a instauração do Estado de emergência.
A tomada de poder pelos militares foi amplamente condenada pela comunidade internacional. A ação seguiu-se a semanas de crescente tensão política no país, intensificadas como uma tentativa de golpe de Estado em 21 de setembro último.
Nas primeiras horas de 25 de outubro, os militares prenderam pelo menos cinco ministros, bem como outros funcionários e líderes políticos, incluindo o primeiro-ministro Abdalla Hamdok, levando-os para local não revelado.
Ao meio-dia do mesmo dia, o presidente do Conselho Soberano, general Abdel Fattah al-Burhan, anunciou que dissolvia o governo, o próprio Conselho Soberano e decretava estado de emergência no país.
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