Na manhã desta segunda-feira, 27, a E.O. Wilson Biodiversity Foundation comunicou a morte do seu fundador Edward O. Wilson, naturalista norte-americano apelidado de ‘Darwin da modernidade’, aos 92 anos.

Seu interesse por formigas o levou a conclusões sobre a natureza humana direcionadas pela genética e não pela cultura. Ao lado do naturalista britânico David Attenborough, Wilson era visto como uma das maiores autoridades mundiais sobre história natural e conservação.

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“E.O. Wilson era chamado de ‘herdeiro natural de Darwin’ e era conhecido afetuosamente como ‘o homem-formiga’ por seu trabalho pioneiro como entomologista”, escreveu a fundação, que não mencionou a causa da morte, mas disse que uma homenagem está planejada para 2022.

Além do trabalho inovador em evolução e entomologia, Wilson comandou em seus últimos anos uma campanha para unir as comunidades científica e religiosa em uma parceria ímpar que ele sentia representar a melhor chance de preservar a Terra.

O naturalista apresentou suas ideias em mais de 30 livros, dois dos quais, “On Human Nature”, de 1979, e “The Ants”, de 1991, conquistaram o Prêmio Pulitzer de não-ficção. Seu estilo de escrita era muito mais elegante do que se poderia esperar de um cientista.

Ele até se aventurou na ficção, embora se atendo a um tópico que conhecia profundamente, em 2010 com “Anthill”, romance sobre amadurecimento que trata de um menino do Estado norte-americano do Alabama que tenta salvar pântanos.

Decano dos naturalistas e entomólogos dos Estados Unidos e professor emérito da Universidade Harvard, Wilson era um dos maiores especialistas do mundo nas sociedades formadas pelas formigas.

O estudo dos insetos sociais o inspirou a usar a teoria da evolução como chave para entender o comportamento de outro bicho social por excelência – o homem – em clássicos como “Sociobiology” (sociobiologia), de 1975, e “On Human Nature” (“Da Natureza Humana”), de 1979, obras que o colocaram em apuros com a esquerda.

Ao se pronunciar a favor da natureza humana, e não da educação, ele provocou uma avalanche de críticas – seus oponentes mais ríspidos o acusaram de ser racista e sexista.

Wilson conseguiu conciliar ciência e religião em seu livro de 2006 “The Creation: An Appeal to Save Life on Earth”, uma série de cartas escritas a um pastor batista imaginário em busca de uma aliança ecológica para salvar a Terra.

Em 2011, durante um discurso de formatura na Universidade da Carolina do Norte, o cientista argumentou que a humanidade precisa mudar a maneira como cuida do planeta. “Temos emoções da Idade da Pedra, instituições medievais e tecnologia divina”, disse ele.

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