Um estudo da UTHealth Houston, dos Estados Unidos, revela que pessoas que receberam ao menos uma dose da vacina contra a gripe tiveram 40% menor chance de desenvolver a doença de Alzheimer, ao longo de quatro anos, em comparação com não vacinados.

Os resultados preliminares do estudo foram divulgados online, na sexta-feira, 24.

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A conclusão da pesquisa científica deve ser publicada no dia 2 de agosto no Journal of Alzheimer’s Disease.

A pesquisa compara o risco de incidência da doença neurodegenerativa entre pacientes com e sem vacinação prévia contra a gripe em uma grande amostra nacional de adultos dos Estados Unidos com 65 anos ou mais.

“Descobrimos que a vacinação contra a gripe em adultos mais velhos reduz o risco de desenvolver a doença de Alzheimer por vários anos. A força desse efeito protetor aumentou com o número de anos que uma pessoa recebeu uma dose anual contra a gripe – em outras palavras, a taxa de desenvolvimento de Alzheimer foi mais baixa entre aqueles que receberam consistentemente a vacina contra a gripe todos os anos”, relata o pesquisador Avram S. Bukhbinder, primeiro autor do estudo, em comunicado.

Pesquisas futuras devem avaliar se a vacinação contra a gripe também pode estar associada à taxa de progressão dos sintomas em pacientes que já apresentam Alzheimer.

A nova pesquisa analisou uma amostra maior do que as investigações anteriores, incluindo 935.887 pacientes vacinados contra a gripe e 935.887 pacientes não vacinados.

Há dois anos, os pesquisadores da UTHealth Houston encontraram uma possível ligação entre a vacina contra a gripe e a redução do risco de doença de Alzheimer. 

Durante acompanhamento de quatro anos, cerca de 5,1% dos pacientes vacinados contra a gripe desenvolveram a doença de Alzheimer. Enquanto isso, 8,5% dos pacientes não vacinados desenvolveram doença de Alzheimer.

Apesar dos resultados promissores, os pesquisadores ressaltam que o processo é longo e requer estudos mais aprofundados.

“Como há evidências de que várias vacinas podem proteger da doença de Alzheimer, estamos pensando que não é um efeito específico da vacina contra a gripe”, disse Paul. E. Schulz, que também é professor da família Umphrey em Doenças Neurodegenerativas e diretor do Departamento de Distúrbios Neurocognitivos. Centro da Faculdade de Medicina McGovern.

Ele também chama atenção para a complexidade do sistema de defesa do corpo e de suas reações.

“Acreditamos que o sistema imunológico é complexo e algumas alterações, como a pneumonia, podem ativá-lo de forma a piorar a doença de Alzheimer. Mas outras coisas que ativam o sistema imunológico podem fazê-lo de uma maneira diferente – uma que protege da doença de Alzheimer. Claramente, temos mais a aprender sobre como o sistema imunológico piora ou melhora os resultados nesta doença”, destaca o pesquisador.

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