O ataque russo na Ucrânia completou seis meses no último domingo, 24, um dia após os ataques ao porto de Odessa.
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Estes últimos ataques ameaçaram a implementação do acordo entre os países sobre a retomada das exportações de grãos na Ucrânia bloqueadas pela guerra.
O acordo foi assinado na sexta-feira, 23, em Istambul, que possibilitava o transporte de grãos, imobilizado pelo conflito no Mar Negro.
Mesmo assim, os russos disseram que o alvo era militar e não visava atingir o trigo.
Com os ataques, agora Kiev entende um diálogo impossível com Moscou.
Em Odessa, as autoridades ucranianas continuam se preparando para futuras exportações.
Destruição
No domingo, 24, Moscou disse ter destruído no dia anterior um navio de guerra e mísseis fornecidos pelos EUA no porto.
Porém, o porto de Odessa é um local vital para o comércio de grãos da Ucrânia.
“Mísseis de alta precisão de longo alcance disparados do mar destruíram um navio militar ucraniano no cais e um estoque de mísseis antinavio Harpoon fornecidos pelos Estados Unidos ao regime de Kiev”, disse o Ministério da Defesa russo.
“Uma fábrica de reparos e modernização de navios militares ucranianos também foi desativada”, declarou o órgão.
Confirmação
Anteriormente, a porta-voz diplomática russa Maria Zakharova confirmou que um “lançamento militar” ucraniano havia sido destruído no ataque.
“Os mísseis Kalibr destruíram a infraestrutura militar no porto de Odessa com um ataque de alta precisão”, disse ela.
Após o tiroteio em Odessa, a Ucrânia acusou Vladimir Putin de “cuspir na cara” da ONU e da Turquia.
No sábado, a Rússia negou a Ancara que estava envolvida no bombardeio.
A invasão da Ucrânia pela Rússia levou a um aumento dos preços dos grãos e do petróleo, atingindo o continente africano.
Os dois países representam 30% das exportações mundiais de trigo.
Ainda é possível
Apesar dos ataques ao porto, o ministro ucraniano da Infraestrutura confirma que as exportações de trigo ucraniano do Mar Negro ainda são possíveis.
No sábado, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky descreveu o ataque como “cínico e bárbaro”, e um golpe nas próprias posições políticas da Rússia.
Na sua fala, Zelensky se dirigiu a todos aqueles que acreditam que um diálogo com a Rússia é possível e que um acordo com Moscou é necessário.
Nada claro
O The New York Times deste domingo, no entanto, citou uma fonte anônima da ONU dizendo que a Rússia poderia não ter tecnicamente violado o acordo de Istambul se tivesse visado apenas o porto de Odessa e não os grãos em si.
Mas ainda não está claro se as greves russas atingem ou não os grãos.
A situação ainda não está clara.
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