Estudos publicados nesta terça-feira, 26, na revista Science reforçam que o mercado de frutos do mar de Huanan, em Wuhan, na China, foi, provavelmente, o epicentro do coronavírus.

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Em junho, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou que os cientistas continuassem pesquisando todas as possíveis origens da pandemia de Covid-19, incluindo a teoria de um vazamento de laboratório.

Dois estudos recém-publicados adotaram abordagens totalmente diferentes, mas chegaram à mesma conclusão.

Sugerem que, embora as “circunstâncias exatas permaneçam obscuras”, o vírus provavelmente estava presente em animais vivos vendidos no mercado no final de 2019.

Mercado de Wuhan

Os animais foram mantidos próximos e poderiam facilmente ter trocado germes entre si.

O estudo, entretanto, não determina quais as espécies poderiam estar doentes.

Os pesquisadores indicaram que os primeiros casos de Covid-19 estavam centrados no mercado entre os trabalhadores que vendiam esses animais vivos ou pessoas que faziam compras lá.

Eles acreditam que havia dois vírus separados circulando nos animais que se espalharam para as pessoas.

“Todos os oito casos de Covid-19 detectados antes de 20 de dezembro eram do lado oeste do mercado, onde também eram vendidas espécies de mamíferos”, aponta o estudo.

A proximidade de cinco barracas que vendiam animais vivos ou recém-abatidos antecedeu os casos humanos registrados no local.

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Abordagem molecular e infecções

O outro estudo adota uma abordagem molecular e parece determinar quando as primeiras infecções por coronavírus passaram de animais para humanos.

A versão mais antiga do coronavírus, mostra esta pesquisa, provavelmente veio em diferentes formas que os cientistas chamam de A e B.

As linhagens foram o resultado de pelo menos dois eventos de transmissão entre espécies em humanos.

Os pesquisadores sugerem que a primeira transmissão de animal para humano provavelmente aconteceu por volta de 18 de novembro de 2019 e veio da linhagem B.

Eles encontraram o tipo de linhagem B apenas em pessoas que tinham uma conexão direta com o mercado de Huanan.

Os autores acreditam que a linhagem A foi introduzida em humanos a partir de um animal dentro de semanas ou mesmo dias após a infecção da linhagem B.

A linhagem A foi encontrada em amostras de humanos que viveram ou permaneceram próximos ao comércio.

“Essas descobertas indicam que é improvável que o Sars-CoV-2 tenha circulado amplamente em humanos antes de novembro de 2019 e definem a estreita janela entre quando o Sars-CoV-2 saltou pela primeira vez para os humanos e quando os primeiros casos de Covid-19 foram relatados”, ressalta o estudo.

“Tal como acontece com outros coronavírus, o surgimento do Sars-CoV-2 provavelmente resultou de vários eventos zoonóticos”, diz o estudo.

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