Ícone do site Portal Norte

Langya henipavirus: o que se sabe sobre novo vírus identificado na China

Detectado em amostras de 35 pacientes analisadas por pesquisadores de China, Cingapura e Austrália, o Langya rapidamente acendeu um alerta de preocupação sobre uma possível nova ameaça vinda do Leste asiático, após a pandemia do novo coronavírus.

– Envie esta notícia no seu WhatsApp

– Envie esta notícia no seu Telegram

A descoberta do Langya henipavirus (LayV), novo vírus detectado em humanos na China, foi apresentada com mais perguntas do que respostas até o momento.

A notícia foi repercutida pelo jornal chinês Global Times na terça-feira, 9, através do estudo publicado no New England Journal of Medicine, que é a principal fonte sobre o novo vírus até o momento.

As evidências iniciais não apontam casos de transmissão de pessoa para pessoa e nem uma baixa letalidade, apesar de estudos adicionais serem necessários.

O que é o Langya?

De acordo com sequenciamentos genéticos efetuados pelos pesquisadores, o patógeno é parte da família dos henipavirus, que tem outros cinco tipos conhecidos de vírus.

De acordo com os Centros para Controle e Prevenção de Doenças dos EUA, dois deles são considerados altamente virulentos e estão associados a altas taxas de letalidade.

O Langya é grave? Quais são os sintomas?

O estudo revisado por pares publicado no New England Journal of Medicine observou a presença do Langya em amostras de 35 pacientes de duas províncias do leste da China, dos quais 26 estavam infectados apenas pelo novo vírus.

Do grupo de 26, todos apresentaram febre, com cerca de metade apresentando fadiga, diminuição da contagem de glóbulos brancos e tosse.

Os sintomas mais graves incluem danos às funções renais e hepáticas, mas nenhum dos pacientes com Langya acompanhados pelo estudo morreu.

Segundo François Balloux, professor da University College London que não participou do estudo, o Langya “não parece uma reedição da covid-19″ em função da baixa letalidade, mesmo em comparação com outros henipavirus, e por “provavelmente” não ser transmitido facilmente de humano para humano.

_________________________

RELACIONADA

Langya: China detecta 35 casos em humanos de novo vírus de origem animal

_________________________

Onde surgiu o Langya?

A primeira amostra de Langya em humanos foi detectada no final de 2018 em um fazendeiro chinês da província de Shandong, que procurou tratamento para uma febre.

A partir daí, em um período de dois anos, ao menos outras 34 pessoas foram infectadas pelo vírus na mesma província e em Henan, sendo a maioria deles fazendeiros.

Como o Langya é transmitido?

As evidências apresentadas no estudo – que contou com pesquisadores na China, Cingapura e Austrália – apontam que o Langya foi transmitido para humanos após infectar animais.

A pesquisa não encontrou indícios de que haja transmissão do vírus entre pessoas, com as amostras analisadas não indicando fontes de exposição comuns entre os infectados e nem contato próximo entre eles. Entretanto, os cientistas alertam que a amostra de pacientes analisados é pequena para uma afirmação definitiva.

De onde veio o Langya?

Os pesquisadores levantaram a hipótese de que o vírus teria infectado inicialmente musaranhos, pequenos mamíferos que se alimentam de insetos, antes de infectar humanos.

Ao todo, 25 espécies de pequenos animais selvagens foram testadas, mas a maioria das detecções veio dos musaranhos, levando os especialistas a apontá-lo como “reservatório natural” do vírus.

Presença do vírus nunca foi confirmada no Brasil, diz pesquisador

Segundo o virologista Jansen de Araujo, professor e pesquisador do Laboratório de Pesquisa em Vírus Emergentes da Universidade de São Paulo (USP), Em 2017, ele e colegas publicaram um artigo com indícios de que morcegos encontrados no Brasil podem ser reservatórios naturais do Nipah, mas isso não pôde ser confirmando com as evidências coletadas.

Araujo também faz parte do projeto Rede Nacional de Vigilância de Vírus em Animais Silvestres (Previr) e tem buscado, há alguns anos, sinais dos Henipavírus em solo brasileiro.

Segundo o pesquisador, nunca foi confirmado também algum caso de infecção pelo Hendra ou Nipah em humanos no Brasil.

_____________________________________________

 

ACESSE TAMBÉM MAIS LIDAS

 

 
 

 
 

 
 

 
 

Sair da versão mobile