Nesta segunda-feira (15) faz um ano que o Talibã tomou a capital afegã, Cabul, e reinstaurou um sistema fundamentalista religioso no país. 

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Foi restabelecido o Emirado Islâmico do Afeganistão, que vigorou no país durante o primeiro regime Talibã, de 1996 a 2001 e que aplica a Sharia, a lei islâmica, com rigor.

Desde então, as mulheres viram seus direitos regredirem drasticamente e toda uma geração de jovens perdeu a esperança.

“Tem sido um ano de tortura e desilusão. A situação é, a cada dia, mais preocupante e só piora”, descreve o afegão Khalid Yousafzai, analista de mercado em Paris. 

A vida de mulheres e meninas no Afeganistão mudou radicalmente após a campanha repressiva contra seus direitos básicos realizada pelo Talibã, de acordo com um relatório da Anistia Internacional (AI) publicado em julho deste ano. 

A ONG de direitos humanos conduziu uma pesquisa de campo em que entrevistou dezenas de mulheres e denuncia uma “repressão sufocante” que destrói a vida de mulheres e meninas.

Marie Forestier, pesquisadora da Anistia, é integrante da missão que investigou o país durante meses.

A pesquisadora conta que o Talibã trouxe a prisão e a tortura de volta ao cotidiano das mulheres.

Casamento infantil 

Outro fenômeno preocupante apontado neste relatório: muitos sinais mostram um aumento de casamentos precoces de meninas no país. As causas, segundo a AI, são muitas. 

“As famílias que ficaram sem recursos para alimentar os seus filhos; para elas, uma das soluções mais óbvias é casar suas meninas, para ganhar o dinheiro do dote, e para que a filha tenha o que comer na família do marido.

A falta de perspectivas para as meninas no país seria uma das causas, conclui a pesquisadora. 

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