O embaixador da Ucrânia no Vaticano criticou nesta quarta-feira (24) a fala do papa Francisco ao se referir a Darya Dugina.
Darya, filha de um proeminente ultranacionalista russo, morreu no último sábado (20) em um carro-bomba perto de Moscou, o que o papa a definiu como vítima inocente da guerra.
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É incomum que embaixadores no Vaticano critiquem o papa publicamente.
“Inocentes pagam pela guerra”, disse Francisco mais cedo em sua audiência geral de quarta-feira.
O papa também se referiu a jovem como “aquela pobre garota jogada no ar por uma bomba sob o banco de um carro em Moscou”.
A Rússia culpou agentes ucranianos pelo assassinato, uma acusação que Kiev nega.
Alexander Dugin, pai de Darya, há muito defende a unificação dos territórios de língua russa e outros em um novo império russo que incluiria a Ucrânia.
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Darya Dugina apoiava amplamente as ideias de seu pai e apareceu na TV estatal por direito próprio para oferecer apoio às ações da Rússia na Ucrânia.
Crítica
Em um tweet, Andrii Yurash, embaixador da Ucrânia na Santa Sé, disse que as palavras do papa foram “decepcionantes”.
“Como é possível mencionar um dos ideólogos do imperialismo russo como vítima inocente? Ela foi morta por russos”, disse ele.
Francisco chamou a guerra de “loucura”. Ele disse que crianças ucranianas e russas foram mortas e que “ser órfão não conhece nacionalidade”.
O papa falou no dia em que a Ucrânia marcou sua independência do domínio soviético em 1991 e seis meses após a invasão das forças russas.
Em entrevista à Reuters no mês passado, Francisco disse que queria visitar Kiev, mas também queria ir a Moscou, de preferência primeiro, para promover a paz.
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