Mais de 15 milhões de chilenos devem ir ás urnas para decidir se aprovam ou não a nova Constituição, neste domingo (4), dois anos após a explosão social que tomou conta do Chile e levou a eleição de Gabriel Boric como presidente.
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Em 2020, quase 80% da população votou a favor de uma nova Constituição, mas o apoio a um novo texto caiu desde então.
A maioria dos eleitores acredita que a nova carta proposta será rejeitada em meio à frustração com o processo, perguntas sobre seu conteúdo, e o que os defensores dizem ser um aumento de notícias falsas que confundiram os cidadãos sobre o que realmente está no documento.
O projeto de lei foi elaborado por uma Convenção Constitucional de 154 deputados democraticamente eleitos, dos quais 76% são de esquerda ou de centro.
O partido no poder do país é a favor da aprovação do texto de 388 artigos, enquanto a oposição de direita e centro-direita o rejeita.
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Alguns dos artigos mais controversos da proposta de constituição têm a ver com a população indígena do Chile, que representa quase 13% dos 19 milhões de habitantes do país.
A carta caracterizaria o Chile como um estado plurinacional, estabeleceria territórios autônomos e reconheceria um sistema de justiça paralelo nessas áreas, embora o alcance disso ainda tenha que ser decidido pelos legisladores.
O documento também consagra os direitos sexuais e reprodutivos, fazendo alusão ao aborto sem mencioná-lo em um país onde a interrupção da gravidez permanece ilegal, exceto por razões médicas ou em casos de estupro.
Também coloca o meio ambiente no centro das atenções em um país que é o maior produtor de cobre do mundo. E inclui artigos sobre direitos de acesso público à água.
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