Após bombardeios russos, a usina nuclear de Zaporizhzhia ficou totalmente sem energia nesta quarta-feira (2), na Ucrânia.
A usina nuclear fica localizada no sul da Ucrânia e é considerada a maior da Europa.
+ Envie esta notícia no seu WhatsApp
+ Envie esta notícia no seu Telegram
A situação da usina nuclear, a terceira maior do mundo, preocupa a Ucrânia e seus países aliados.
Ela Está localizada em uma região que foi anexada pela Rússia e onde estão ocorrendo intensos combates.
As instalações da usina sofrem ataques desde o início da invasão russa, em 24 de fevereiro, sobre os quais ucranianos e russos se acusam.
Bombardeio na usina nuclear
Os bombardeios russos danificaram as duas únicas linhas de alta tensão que conectam a usina à rede elétrica.
Os novos ataques acontecem em um momento de impasse sobre o acordo para a liberação de grãos produzidos pela Ucrânia para exportação, e da negativa da Organização das Nações Unidas (onu) em investigar o armazenamento de armas biológicas por Kiev.
A Energoatom, operadora estatal de usinas nucleares na Ucrânia, informou em sua conta no Telegram a desconexão elétrica da usina, localizada em território ucraniano, mas atualmente sob controle militar russo.
“Ontem, 2 de novembro de 2022, as duas linhas de alta tensão restantes que conectam a central nuclear de Zaporizhzhia à rede elétrica da Ucrânia foram danificadas como resultado do bombardeio russo. A usina perdeu energia às 23h04 (horário local)”, explicou.
RELACIONADAS
+ Ucrânia acusa forças russas de tentar impedir inspeção da ONU em usina do país
+ Rússia ameaça fechar usina nuclear de Zaporizhia
+ Rússia propõe trégua para saída de civis e soldados ucranianos de usina de Mariupol
+ Após saída de tropas russas de Chernobyl, ONU realiza missão de segurança na usina nuclear
+ Mais de 50 mísseis russos atacam várias cidades na Ucrânia
+ Invasão russa: Presidente da França promete mais armas à Ucrânia
Geradores
A empresa acrescentou que, por questões de segurança, os 20 geradores a diesel de reserva que a usina possui foram ligados.
Atualmente, a usina tem potência suficiente para atender às necessidades internas, com apenas nove geradores a diesel em operação.
As unidades de energia número 5 e número 6, que estavam ativas, estão atualmente em processo de desativação, após os bombardeios, ressaltou Energoatom.
“Há diesel suficiente para manter os geradores de reserva por 15 dias se a energia na usina permanecer completamente cortada. Mas a contagem regressiva começa até a perda total de energia de Zaporizhzhia”, especifica a nota.
Ele acrescentou que “a capacidade da Ucrânia de garantir a segurança da usina nuclear é significativamente limitada devido à ocupação russa e à intrusão na administração da usina por representantes da Rosatom”, a corporação estatal de energia nuclear da Rússia, que assumiu o controle de Zaporizhzhia.
Acordo sobre grãos em risco
Os ataques à infraestrutura civil se intensificam em um momento em que Moscou tenta pressionar Kiev e seus aliados Ocidentais em outras frentes, que não o confronto militar.
No sábado (29), os russos haviam se retirado do acordo para permitir a exportação de grãos e produtos agrícolas da Ucrânia, costurado neste ano para impedir o desabastecimento alimentar do mercado internacional, após ataques à sua frota no Mar Negro.
De acordo com informações do Ministério da Defesa da Turquia, seis navios carregados com cereais zarparam nesta quinta-feira (3), de portos ucranianos, após Moscou confirmar um retorno ao acordo, ao menos temporariamente.
Embora tenha aceitado manter o corredor marítimo que, até aqui, permitiu exportar 9,7 milhões de toneladas de cereais e produtos agrícolas, liberado, a Rússia afirmou que não oferece nenhuma garantia de ampliar o prazo do acordo, que se encerra em 19 de novembro.
Em outra frente de pressão, a Rússia condenou os países ocidentais de não se submeterem às regras definidas para todos os integrantes da comunidade internacional após o Conselho de Segurança da ONU rejeitar, na quarta-feira (2), uma resolução proposta pela Rússia que pedia uma investigação sobre o suposto envolvimento de Washington em um suposto desenvolvimento de armas biológicas na Ucrânia.