A França enfrenta a maior greve geral dos últimos 12 anos, nesta quinta-feira (19), que pressiona propostas de reforma da Previdência do atual governo.
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A paralisação, convocada por centrais sindicais de diversas categorias, ocorre em resposta à proposta apresentada pelo governo de Emmanuel Macron, que aumenta a idade mínima para aposentadoria de 62 para 64 anos.
Cerca de 1 milhão de manifestantes são esperados nas ruas das principais cidades francesas até o fim do dia.
Líderes sindicais prometeram uma quinta-feira “infernal” para as autoridades, com a paralisação total ou parcial de vários serviços, incluindo os essenciais.
Nas redes sociais é possível encontrar postagens sobre os atos de protesto dos franceses.
A expectativa é de que escolas, refinarias de petróleo, usinas de energia, aeroportos e estações de trem parem de funcionar ou sejam severamente interrompidas.
Mais de 200 atos foram convocados pelo país e os primeiros já começaram, como em Toulouse, no sul, e Marselha, no sudeste. Paris também já registrou protestos pela manhã.
A última grande mobilização do tipo ocorreu em 2010, quando o governo do conservador Nicolas Sarkozy também propôs uma mudança previdenciária.
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Reforma da Previdência da França
A reforma do sistema de Previdência da França é um objetivo antigo do presidente Emmanuel Macron.
O plano da reforma foi suspenso no começo de 2020 devido ao avanço da pandemia da Covid-19.
Durante sua campanha de reeleição, no entanto, o novo sistema foi uma de suas principais propostas.
O plano atual, apresentado pela primeira-ministra Élisabeth Borne no último dia 10, prevê o aumento da idade mínima de aposentadoria.
O documento também prevê o aumento do tempo mínimo de contribuição para aposentadoria integral (de 42 para 43 anos).
Há dispositivos diferenciados para quem começou a trabalhar antes dos 20 anos e para aqueles que interromperam suas carreiras por motivo de saúde ou pessoais.
Rejeição
Conforme uma pesquisa da Ipsos publicada na quarta (18), embora 81% dos franceses considerem que algum tipo de reforma previdenciária seja necessária, 61% rejeitam o texto atual.
Além disso, 58% dos entrevistados disseram apoiar o movimento grevista.
A rejeição ao projeto é tão grande que conseguiu reunir além das centrais sindicais, colocou de um mesmo lado partidos da extrema esquerda e da extrema direita francesa.