Ao menos três crianças já foram resgatadas por equipes de emergência dos escombros deixados pelo terremoto de magnitude 7,8 que atingiu a Turquia e a Síria na madrugada desta segunda (6), noite de domingo no Brasil.
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“Vamos sair daqui, seu chocolate é por minha conta”, disse um socorrista a uma das crianças, segundo o canal de TV Haber.
O menino estava num prédio em Yurt Mahallesi, na cidade de Adana, no sul da Turquia.
Em outra transmissão da mesma emissora, um repórter carregou uma criança após registrar um tremor secundário ao vivo, e outra criança foi resgatada dos destroços de um prédio na província de Sanliurfa.
Em Azaz, cidade ao norte de Alepo controlado por rebeldes na Síria, um socorrista carregou uma criança com ferimentos após o desabamento de uma construção.
O terremoto atingiu áreas remotas na Turquia e na Síria, e as dificuldades de resgate são grandes.
As autoridades registraram mais de 50 tremores secundários nas dez horas seguintes ao primeiro sismo. Outros eventos do tipo ocorrerão durante o dia.
Em mais uma transmissão da TV Haber, uma menina de 14 anos foi resgatada com vida após passar 15 horas debaixo dos escombros, mas infelizmente sua mãe faleceu.
A dona de casa Tulin Akkayaafi contou à agência de notícias AFP que acordou quando sentiu o tremor e correu para a rua. “Estou muito assustada. Senti bastante o terremoto porque vivo no último andar.”
“Saímos correndo em pânico. Foi quase igual ao terremoto da madrugada. Agora não posso voltar ao meu apartamento e não sei o que vai acontecer”, disse a mulher.
Muitos prédios estão em ruínas em sua cidade, Diyarbakir. A região acolhe milhões de pessoas que fogem da guerra e da pobreza na Síria.
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O segundo tremor ocorreu quando sobreviventes começavam a voltar às suas casas para pegar pertences que podiam ajudá-los a enfrentar a noite fria.
A maior parte da região ficou sem gás e sem eletricidade, e o serviço meteorológico prevê chuva e granizo no sudeste da Turquia durante grande parte da semana.
“É uma zona sísmica, então estou acostumada aos tremores”, afirmou a repórter Melisa Salman, que vive em Kahramanmaras. A cidade, a 60 km da fronteira síria, foi o epicentro do tremor. “Mas é a primeira vez que vivemos algo assim”, disse a jovem de 23 anos. “Pensamos que era o apocalipse.”
Apesar dos seguidos tremores, as equipes de resgate seguem buscando vítimas, muitas vezes com a ajuda da população.
Três crianças foram encontradas nos escombros de um prédio em Kahramanmaras.
“Salvar três pessoas, mas também encontrei dois corpos. Não posso voltar para casa. Fico se precisarem de mim”, afirmou um homem de 35 anos que foi ajudar nas ruínas de um edifício em Diyarbakir.
Há estabelecimentos, como academias de ginástica e salas de eventos, que estão acolhendo pessoas que não podem voltar às suas casas na cidade, informa um correspondente da agência AFP.