Completado um ano de guerra territorial entre Rússia e Ucrânia, refugiados enfrentam distância e luto.
Este é o caso da jovem ucraniana Valéria Okorokova, de 22 anos, que se organiza financeiramente para voltar ao país natal. Ela junta dinheiro com a venda de arte.
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A jovem declarou ao g1 que, apesar das dificuldades em retornar ao país, precisa visitar o túmulo do pai que morreu na guerra e do avô, que morreu ano passado.
Ela conta à reportagem que o pai morreu como “herói” na defesa pelo país.
A jovem ucraniava quer cuidar da avó, que está no país em guerra.
Para angariar os recursos necessários, a jovem está vendendo obras de arte autorais em uma livraria no Centro de Sorocaba (SP).
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Oportunidades
Com dificuldades para entrar no mercado de trabalho brasileiro, a jovem investiu na sua produção artística.
Com 10 de experiência em pinturas por encomenda, Valéria encontrou, como barreira para empreender, a comunicação.
Com a dificuldade se comunicar em português, as tentativas de negócio da família não estabilizavam por baixa procura.
Mesmo após quase 1 ano em solo brasileiro, na cidade paulista, a divergência da linguagem é uma barreira.
O talento de Valéria a fez expor mais de 30 de suas obras no Espaço Cultural Cianê, em Sorocaba.
A maioria de suas obras retratam sua vivência religiosa, como em “O Leão da Tribo de Judá”.
Retorno à Ucrânia
No Brasil, a família de Valéria foi recebida em Sorocaba pela Igreja Família, que ajudou financeiramente na sua vinda para o país.
A jovem deseja voltar para a sua cidade natal, Dobropolye, para reencontrar familiares e se despedir do pai e do avô.
Na Ucrânia, a maior preocupação da jovem é a sua avó, que está acamada.
O desejo de Valéria é cuidar da avó e visitar duas tias que estão no país.
A jovem relata sentir falta do seu país e das pessoas com que compartilhava a vida por lá.
“Minha alma sente falta da minha terra natal e de pessoas que me entendem, mas, por outro lado, não sei quando voltarei para casa, porque preciso ir em março, mas não sei quando saio do Brasil, e a situação na Ucrânia está muito tensa agora. Com a morte do meu avô e do meu pai, será difícil voltar para casa, mas preciso visitar o túmulo do meu pai, vender a casa e cuidar da minha avó, que ficou sozinha”, conclui.
Um ano da Guerra na Ucrânia
Nesta sexta-feira (24) o conflito completou 1 ano de desenvolvimento, vitimando milhares de cidadãos.
Até o momento, a guerra deixou 8 mil civis mortos e mais de 13 mil feridos.
Em relação às tropas, ao menos 100 mil combatentes ucranianos perderam suas vidas, e do lado russo estima-se 200 mil soldados.
Além das vidas perdidas, mais de 8 milhões de ucranianos deixaram suas casas e fugiram para outros territórios europeus e americanos.
Após um ano da guerra, Rússia e Ucrânia seguem sem perspectivas de paz, com grandes perdas humanas, militares e econômicas.
*Sob supervisão de Francisco Santos