O Silicon Valley Bank (SVB) teve as atividades encerradas nesta sexta-feira (10), segundo anúncio de autoridades americanas.

O banco que trabalhava apoiando o setor tecnológico foi criado em 1983 e fornecia crédito a várias startups.

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Segundo o “The Wall Street Journal” essa foi a segunda maior falência bancária da história dos Estados Unidos.

Além disso, o banco é o maior a quebrar desde o colapso no sistema financeiro americano em 2008, que, à época, gerou uma crise mundial.

A instituição financeira tinha cerca de US$ 209 bilhões em ativos até o fim de 2022, o que o tornava o 16º maior banco dos EUA, segundo o Federal Reserve – o banco central norte-americano.

A Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC) assumiu o controle da empresa controlada pela SVB Financial Group, como forma de proteger os clientes.

A agência, no entanto, não anunciou um comprador para os ativos do credor, o que costuma ocorrer quando há uma liquidação ordenada de bancos.

Especialistas em economia dos EUA afirmam não acreditar que a falência do SVB cause um efeito dominó semelhante ao que levou à crise financeira de 2008.

No entanto, os especialistas avaliam que instituições financeiras menores, fortemente ligadas a criptomoedas, por exemplo, podem enfrentar dificuldades nas próximas semanas.

Segundo relatos da imprensa americana, os investidores estão preocupados com bancos que possuem o mesmo perfil que o SVB.

Essas instituições financeiras estão vendo as ações caírem rapidamente nos últimos dias.

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Falência do Silicon Valley Bank (SVB)

O rápido colapso do SVB começou na última quarta-feira (8), quando a companhia anunciou uma perda de quase US$ 2 bilhões ao tentar levantar capital para lidar com a fuga de depósitos.

O banco se notabilizou pelo foco em start-ups do Vale do Silício, que enfrentam dificuldades relativas ao encarecimento do crédito, diante do avanço dos juros.

A mídia americana relata que um dos fatores que resultou na falência do SVB é o aumento na taxa de juros dos EUA, que passou de 0,25%, em 2020, para 4,75%, em fevereiro deste ano.

Os problemas que o Silicon Valley Bank atravessa ficaram mais claros na quinta-feira (9).

Investidores liquidaram ações da instituição depois de ela ter informado uma perda de US$ 1,8 bilhão.

Os ativos e depósitos do banco quase dobraram em 2021, grandes quantias das quais o SVB despejou em títulos do Tesouro dos EUA e outros títulos de dívida patrocinados pelo governo.

Logo depois disso, porém, o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) começou a aumentar juros.

Isso afetou as startups de tecnologia e as empresas de capital de risco atendidas pelo Silicon Valley Bank, provocando um declínio mais rápido do que o esperado nos depósitos, um movimento que continuou a ganhar força e acabou levando à quebra do banco.

Na avaliação do banco UBS, a crise do Silicon Valley Bank acende preocupações sobre as perdas no portfólio de títulos dos bancos americanos.

A instituição, no entanto, não enxerga sinais de contágio por todo o sistema bancário. “Acreditamos que os ventos contrários ao setor podem ser gerenciados”, avalia.

Além da queda nos recursos, o Silicon Valley Bank também viu novos investimentos minguarem. Com isso, o banco foi ficando sem dinheiro.

Para piorar a situação, o banco havia realizado uma série de investimentos no Tesouro dos EUA e em títulos de dívida pública ligados ao governo.

Com o aumento da taxa de juros, os valores desses títulos foi caindo.

Conforme a imprensa americana, houve uma corrida entre investidores para a retirada de dinheiro do banco nas últimas 48 horas, tornando o Silicon Valley Bank praticamente insolvente.

Os índices de Wall Street caíram nesta sexta, com investidores estressados sobre a saúde dos bancos dos EUA.

A Nasdaq fechou em queda de 1,76%. Já o índice Dow Jones recuou 1,07%.

No Brasil, o Ibovespa fechou em queda de 1,38%.

Banco para inovação

Segundo o “The New York Times”, o banco se apresentava como “parceiro para a economia da inovação”, mas passou a tomar decisões consideradas “antiquadas”.

O Valley Bank é a primeira instituição a falhar este ano segurada pela Federal Deposit Insurance Corp (FDIC), órgão regulador do governo norte-americano.

A Almena State Bank, no Kansas, foi a última instituição segurada pelo FDIC fechada, em 23 de outubro de 2020.

O escritório principal e todas as filiais do Silicon Valley Bank reabrirá em 13 de março, e todos os depositantes segurados terão acesso total aos seus depósitos, disse o FDIC.