O candidato governista Santiago Peña foi eleito no último domingo (30), o novo presidente do Paraguai.

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Dessa forma, foi consolidado o poder nas mãos do Partido Colorado, que governa o país ininterruptamente por quase 70 anos.

Quem é Santiago Peña

Aos 44 anos, ele é considerado um tecnocrata de pouca experiência política.

Estudou na Universidade Columbia, em Nova York, e foi ministro da Economia durante o governo de Horacio Cartes.

Ainda assim, Santiago Peña é a aposta do longevo Partido Colorado para se sustentar por mais cinco anos à frente da nação sul-americana em meio ao crescimento social, descontentamento com a corrupção e deficiências na saúde e na educação.

Sua única experiência eleitoral foi em 2017, quando perdeu as primárias do Partido Colorado para Mario Abdo Benítez.

Defende as relações do Paraguai com Taiwan e tem sido criticado por sua visão de que o ditador Alfredo Stroessner levou “estabilidade” ao Paraguai, apesar de grupos de direitos humanos atribuírem ao regime entre 1.000 e 3.000 mortos e desaparecidos.

Para atacá-lo, seus adversários o chamam de “o secretário de Cartes”.

Santiago Peña é o caçula de três irmãos. É casado com Leticia Ocampo, com quem tem dois filhos, o primeiro deles nascido quando eram adolescentes.

Ele rejeita a legalização do aborto porque, em sua opinião, parece “o mais fácil, um atalho”.

E se diz decidido a defender a família “em sua composição tradicional: mamãe, papai e filhos”.

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Campanha eleitoral

Em plena campanha eleitoral, Cartes – atual presidente do Partido Colorado – foi formalmente qualificado pelos Estados Unidos como “uma pessoa significativamente corrupta”.

Após listar uma série de crimes como suborno, lavagem de dinheiro e ligações com o terrorismo, o Departamento de Estado congelou os bens do empresário e o impediu de operar no sistema financeiro norte-americano.

A medida foi um duro golpe para Santiago Peña, que não só perdeu apoio financeiro para a campanha como teve que se distanciar, pelo menos publicamente, de seu mentor.

Alguns analistas alertaram para as dificuldades que Peña pode enfrentar como presidente eleito se Cartes fosse extraditado para os Estados Unidos ou preso no Paraguai.

“Não há governança garantida”, afirmou a historiadora e analista política Milda Rivarola.

“Ele terá o grave problema de ter metade ou mais do Partido Colorado contra ele”, disse o especialista, referindo-se à linha interna liderada pelo atual presidente Mario Abdo Benítez, que está em desacordo com Cartes.