O secretário-geral da ONU, António Guterres, alertou os Estados Unidos e os países que seguiram a decisão de suspender o financiamento da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA) que o corte de verbas ameaça as operações no enclave.

A agência foi acusada de envolvimento com o grupo terrorista Hamas e demitiu funcionários pela alegada participação no ataque de 7 de outubro a Israel.

Neste domingo (28) Guterres repetiu ter ficado “horrorizado” com a denúncia e prometeu que todos os envolvidos serão punidos, ao apelar contra o corte de financiamento. O chefe da ONU disse entender a preocupação dos países, mas pediu que seja garantida, pelo menos, a continuidade das operações em Gaza. Ele destacou que dois milhões de palestinos dependem da ajuda que pode acabar em fevereiro sem os recursos internacionais.

Guterres detalhou que, entre os 12 acusados, nove foram demitidos imediatamente, um havia morrido e os outros dois estão sendo identificados. “Qualquer funcionário envolvido em atos terroristas será responsabilizado, inclusive por meio de processo criminal”, prometeu, acrescentando que a investigação está em curso.

O embaixador de Israel para as Nações Unidas, Gilad Erdan, por outro lado, criticou Guterres e defendeu o corte de verbas para agência. “O secretário-geral da ONU provou mais uma vez que a segurança dos cidadãos de Israel não é realmente importante para ele”, disse. “Todos os países que continuam financiando a UNRWA antes de uma investigação abrangente devem saber que o seu dinheiro pode ser usado para o terrorismo.”

A acusação veio a público na sexta-feira, 26, quando a ONU confirmou a demissão de funcionários supostamente envolvidos com o Hamas. No mesmo dia, Washington, o maior doador da UNRWA, suspendeu o financiamento da agência.

A decisão foi seguida no sábado por outros países, incluindo Alemanha, Austrália, Canadá, Itália, Reino Unido, Finlândia e Holanda.

O corte de verbas foi criticado pelo comissário-geral da agência, Philippe Lazzarini.

“É chocante ver a suspensão de fundos para a agência em reposta a alegações contra um pequeno grupo de pessoas, especialmente em razão das ações imediatas que a UNRWA adotou ao encerrar os contratos e pedir por uma investigação transparente e independente”, escreveu nas redes sociais.

Com informações do Estadão Conteúdo*