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Janeiro de 2024 tem recorde de temperatura para o mês no mundo

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Cientistas internacionais do clima atribuem a culpa a uma combinação entre o aquecimento global provocado pelo homem e o natural - Foto: Edi Sousa/ Estadão Conteúdo

O ano de 2024 já começou batendo recorde histórico de calor. Conforme o observatório climático Copernicus, janeiro de 2024 teve a temperatura média global mais alta já registrada para o primeiro mês do ano, fechando em 13,14°C.

O valor significa um aumento de 0,70ºC em relação a média de 1991-2020 para janeiro e de 0,12°C sobre o anterior janeiro mais quente, em 2020. Em São Paulo, o crescimento foi de 0,80ºC, segundo o Inmet.

Os registros também mostram que o globo ultrapassou o limite de aquecimento de 1,5 graus celsius durante 12 meses em relação à era pré-industrial (meados do século 19).

Em 2023, ano mais quente já registrado até então, a temperatura média foi 1,48 ºC mais quente do que na era pré-industrial. Agora, considerando fevereiro de 2023 a janeiro de 2024, o aumento é de 1,52°C.

No Brasil, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) publicou, na quarta-feira (7), um boletim climático que cita “eventos extremos” relacionados a chuva em janeiro.

Cientistas internacionais do clima atribuem a culpa a uma combinação entre o aquecimento global provocado pelo homem, devido à queima de combustíveis fósseis, e um aquecimento natural, mas temporário, provocado pelo El Niño em partes do Pacífico.

Os gases com efeito de estufa, liberados pelo homem, têm um papel muito mais importante do que o aquecimento da natureza, dizem.

Andrew Dessler, climatologista da Universidade A&M do Texas, nos Estados Unidos, afirma que esta é a altura do ano em que o aquecimento provocado pelo El Niño atinge frequentemente o seu pico.

“Isto é simultaneamente perturbador e não perturbador. Afinal, se enfiarmos o dedo numa tomada de luz e levarmos um choque, é uma má notícia, claro, mas o que esperávamos?” disse Dessler.

O que vem depois do En Niño?

Após um ano e meio de duração e sucessivos recordes de temperatura batidos, o El Niño deve se despedir no segundo semestre e dar lugar ao La Niña ainda neste ano.

Segundo a Agência Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA), a versão mais fria do fenômeno climático deve passar a vigorar entre julho e setembro, conforme prevê documento da entidade.

O El Niño ocorre com intervalos de dois a sete anos e se caracteriza pelo aquecimento das águas superficiais do Oceano Pacífico na região do Equador.

Isso causa a interrupção dos padrões de circulação das correntes marítimas e massas de ar, o que leva a consequências distintas ao redor do mundo.

O La Niña é um fenômeno climático oposto, caracterizado pelo esfriamento das águas superficiais do Pacífico e pela consequente queda nas temperaturas globais.

No Brasil, costuma causar fortes chuvas nas regiões Norte e Nordeste. No Sul, há elevação das temperaturas e seca.

Na última vez em que vigorou, o fenômeno teve a duração de três anos.

Segundo a NOOA, o El Niño deve estender seus efeitos até maio. Após esse mês, segue um período de neutralidade climática e, então, começa a se formar o La Niña.

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