O Governo da Venezuela ordenou nesta quinta-feira, 15, a suspensão da atividades do gabinete do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUR) no país.

No anúncio feito pelo chanceler da Venezuela, Yvan Gil, dá 72 horas para a que os funcionários da ONU saiam do país.

A justificativa é que o Governo da Venezuela irá realizar uma revisão da sua cooperação com a organização, que acontecerá durante os próximos 30 dias.

A decisão surge após um comunicado da entidade da ONU que manifestou “profunda preocupação” com a detenção da ativista venezuelana Rocío San Miguel, crítica do presidente Nicolás Maduro e acusada de “terrorismo”.

Confira à íntegra do comunicado:

Comunicado ordena retirada de funcionários da ONU da Venezuela em 72 horas - Foto: Reprodução
Comunicado ordena retirada de funcionários da ONU da Venezuela em 72 horas – Foto: Reprodução

Críticas ao Governo da Venezuela

A televisão estatal criticou duramente na quarta-feira, 14, os comentários do relator especial da ONU, Michael Fakhri, sobre o direito à alimentação. Ele visitou recentemente a Venezuela.

Desse modo, Fakhri disse em um comunicado que o programa alimentar do governo não aborda as causas profundas da fome e é suscetível a influências políticas.

Assim, o escritório de direitos humanos da ONU, que opera na Venezuela desde 2019, deve retificar a sua “atitude colonialista, abusiva e violadora”, acrescentou o comunicado do governo.

O comunicado do Governo diz ainda que o gabinete desempenhou um “papel inapropriado” no país e apoiou a impunidade para pessoas envolvidas em tentativas de assassinato, golpes de estado, conspirações e outros complôs, afirmou.

O governo venezuelano acusa membros da oposição política de planejarem aquisições ou o assassinato do presidente Nicolás Maduro. Por outro lado, as acusações são veementemente negadas pelos partidos da oposição e pelos seus membros.

Os Estados Unidos, a ONU e outros condenaram a detenção e acusação esta semana da especialista em defesa, Rocio San Miguel.

Outros órgãos da ONU, incluindo o Programa Alimentar Mundial e a agência infantil UNICEF, também operam na Venezuela.