O Rio de Janeiro recebe, nesta quarta e quinta-feira (21 e 22), a Reunião de Chanceleres, um evento preparatório para a Cúpula do G20, o encontro das maiores economias do planeta.
O Brasil assumiu a presidência rotativa do G20 pela primeira vez em 1º de dezembro, com mandato de um ano, e realizará 130 reuniões nas cinco regiões do país ao longo dos próximos 12 meses.
Abaixo, tire as suas dúvidas de um dos principais eventos diplomáticos e econômicos do mundo:
Quem está no G20?
A Cúpula do G20 (Grupo dos 20) reúne as 19 maiores economias do mundo, a União Europeia e, a partir deste ano, a União Africana.
A lista é composta por:
- África do Sul
- Alemanha
- Arábia Saudita
- Argentina
- Austrália
- Brasil
- Canadá
- China
- Coreia do Sul
- Estados Unidos
- França
- Índia
- Indonésia
- Itália
- Japão
- México
- Reino Unido
- Rússia
- Turquia
- União Europeia, representada pelo presidente da Comissão Europeia e pelo presidente do Conselho europeu.
- União Africana
O grupo responde por cerca de 85% do PIB mundial, 75% do comércio internacional e dois terços da população mundial.
Criado originalmente em 1999 em resposta às crises financeiras do fim dos anos 1990, o G20 a princípio reunia os ministros das Finanças e presidentes de bancos centrais de 19 países mais a União Europeia.
O grupo se concentrou nos primeiros anos em questões macroeconômicas e depois expandiu a agenda para temas como desenvolvimento sustentável, saúde, agricultura, mudanças climáticas, transição energética e combate à corrupção.
Desde a crise financeira de 2008, o G20 passou a trabalhar com outros organismos, países convidados e fóruns internacionais, como o Banco de Compensações Internacionais (BIS) e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE)
Quando e por que foi criado?
O G20 começou suas atividades no ano de 1999, após uma sucessão de crises (México, em 1994; Ásia, 1997; e Rússia, 1998).
Os ministros da Economia dos países membros do G7 decidiram criar um grupo maior, composto tanto por nações desenvolvidas quanto por economias em desenvolvimento.
As reuniões de Ministros da Economia e presidentes de Bancos Centrais tinham como objetivo a cooperação entre os países para alcançar o desenvolvimento econômico estável e sustentável, além de possíveis propostas de financiamento. Os países membros não mudaram desde então.
Entretanto, somente em novembro de 2008 ocorreu a primeira reunião com todos os membros do G20, em Washington, posterior à crise econômica do mesmo ano.
Foi neste ano que os encontros passaram a reunir os líderes de Estado de cada país. As reuniões começaram em uma frequência semestral, passando a ser anual em 2011.
Como são escolhidas as sedes das reuniões?
A cada ano a sede das reuniões muda, assim como a presidência do G20.
Este ano, o encontro acontece no Rio de Janeiro durante a presidência rotativa do Brasil, assumida em 1º de dezembro com mandato de um ano.
No ano passado, o encontro aconteceu na Índia, que presidiu o G20. No ano que vem, a presidência estará com a África do Sul, que organizará a cúpula anual do grupo.
Os dois países participam da organização da cúpula deste ano ao lado do Brasil por causa do sistema de “troika”.
Qual a diferença entre o G7 e o G20?
O G7 é composto por um grupo mais restrito de potências econômicas mundiais: Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido.
A UE não é membro da cúpula, mas acompanha anualmente as reuniões como observadora.
O G7 foi por muitos anos G8, quando a Rússia foi convidada para compor o grupo, em 1998. Em 2006, presidiu e sediou o evento.
Quando os conflitos com a Ucrânia eclodiram em 2014, a Rússia foi expulsa da cúpula, que desde então voltou a ser G7.
Qual é o principal objetivo do Brasil no G20?
A presidência do Brasil no G20 acontece no momento em que o governo brasileiro busca aumentar o protagonismo do País na arena internacional.
Ao longo do mandato, o governo brasileiro pretende debater temas como combate à fome, pobreza e desigualdade, reforma da governança global e desenvolvimento sustentável.
O Brasil enxerga esses temas como prioritários e busca colocá-los “no centro da agenda global”, conforme afirmou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao assumir a presidência do grupo.
A presidência é considerada oportuna para o Brasil se apresentar como solução de um problema global no âmbito climático em um momento que também se prepara para receber a COP, a conferência da ONU para o Clima, em 2025.
O desafio, no entanto, é o atual momento do bloco. O G20 está marcado por divisões entre um bloco ocidental, composto por americanos e europeus, e um emergente, com russos e chineses.
O Brasil pode reverter esse cenário recuperando a relevância do grupo à medida em que o modelo de multilateralismo das Nações Unidas se mostra limitado diante dos grandes conflitos.