A vitória de Nicolás Maduro nas eleições presidenciais de domingo (28) provocou uma onda de reações entre líderes latino-americanos.

O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela confirmou a reeleição na madrugada desta segunda-feira (29), com 51,2% dos votos para Maduro e 44,2% para o opositor Edmundo González Urrutia.

O presidente argentino, Javier Milei, criticou duramente o resultado. Em publicação no X (ex-Twitter), afirmou que “os venezuelanos optaram por acabar com a ditadura comunista de Nicolás Maduro”, baseando-se em pesquisas que apontavam a vitória de Urrutia. “

A Argentina não vai reconhecer mais uma fraude e espera que desta vez as Forças Armadas defendam a democracia e a vontade popular”, completou.

Maduro, em discurso de vitória, respondeu com insultos, chamando Milei de “lixo”, “covarde”, “traidor”, “fascista” e “estúpido”. “Milei, você não me suporta nem por uma rodada. Criatura covarde, traidora da pátria, fascista. Estas pessoas já disseram ‘não ao capitalismo selvagem’. Milei, lixo, você é a ditadura. Milei, vendedor da pátria, covarde. Deve estar sofrendo com sua cara de monstro. Estúpido”, declarou.

O presidente chileno, Gabriel Boric, também expressou descontentamento, afirmando que seu país não reconhecerá “nenhum resultado que não seja verificável”. Ele pediu transparência total nas atas e no processo eleitoral, com observadores internacionais imparciais.

Luis Lacalle Pou, presidente do Uruguai, criticou o resultado com um simples “Assim não!”, alegando que Maduro venceria “independentemente dos resultados reais”. O presidente peruano, Javier González-Olaechea, afirmou que o Peru “não aceitará a violação da vontade popular do povo venezuelano”.

Maduro nega qualquer irregularidade. Após o anúncio dos resultados, declarou que a Venezuela possui um “sistema eleitoral de altíssimo nível de confiança, segurança e transparência”, destacando que foram realizadas 16 auditorias. “Me diga: em que país é feita uma auditoria sequer? Não quero citar países hoje. Deixo para reflexão de vocês”, provocou.

No último dia 23 de julho, Maduro criticou o sistema eleitoral brasileiro, alegando, sem provas, que as urnas eletrônicas não são auditáveis. A declaração levou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) do Brasil a cancelar o envio de dois observadores para o pleito venezuelano.

Nicolás Maduro, 60 anos, presidente da República Bolivariana da Venezuela, lidera um regime autocrático que restringe liberdades fundamentais e mantém presos por “crimes políticos”. Relatórios da OEA e da Comissão Interamericana de Direitos Humanos destacam a “nomeação ilegítima” do CNE e outras violações de direitos humanos.

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