Edmundo González, candidato da oposição nas eleições presidenciais da Venezuela ocorridas no mês de julho, e um dos principais opositores de Nicolás Maduro, deixou o país vizinho neste sábado (7) e foi levado para a Espanha, onde viverá exilado.
A informação foi confirmada pela vice-presidente venezuelana, Delcy Rodríguez, em uma rede social.
“Hoje, em 7 de setembro, o cidadão da oposição Edmundo González Urrutia, que foi refugiado voluntário na embaixada da Espanha em Caracas por vários dias, solicitou asilo político ao governo espanhol”, disse a vice-presidente. González estava escondido desde o dia 30 de julho. Ele tinha um mandado de prisão solicitado pelo Ministério Público e aceito pela Justiça venezuelana devido à divulgação nas redes sociais de cópias das atas eleitorais que provavam sua vitória no pleito presidencial.
Além disso, ele era investigado pelos crimes de usurpação de funções, falsificação de documentos públicos, incitação à desobediência, conspiração e sabotagem de sistemas por denunciar fraude na última eleição.
Conforme o jornal espanhol El País, González, que representou María Corina Machado na última eleição presidencial, a operação diplomática estava em andamento há duas semanas. Fontes ligadas ao governo espanhol dizem que foi o próprio Edmundo quem pediu asilo. Mas outras fontes dizem que o asilo foi dado após negociação na qual participaram até o ex-presidente da Espanha, José Luis Rodríguez Zapatero, a vice-presidente venezuelana e irmãos da política, próximos de Maduro.
A BBC informou que o Ministro das Relações Exteriores da Espanha, José Manuel Albares, confirmou que o opositor deixou a Venezuela por vontade própria e em um avião da Força Aérea Espanhola. O ministro acrescentou que o governo da Espanha está comprometido com os direitos políticos de todos os venezuelanos.
Embaixada da Argentina cercada
Enquanto González seguia para a Europa, forças de segurança na Venezuela cercavam a embaixada argentina na capital, Caracas. Lá, estão abrigados seis oponentes políticos do presidente Maduro. O Ministério das Relações Exteriores venezuelano alegou que atos terroristas estavam sendo tramados lá dentro.
Crise política
A Venezuela está em crise política desde que as autoridades eleitorais declararam o presidente Maduro vencedor das eleições de 28 de julho, sem a divulgação das atas eleitorais, que provariam a vitória. A oposição alegou ter evidências de que González havia vencido por uma margem confortável e publicou na internet contagens detalhadas da votação, sugerindo que González derrotou Maduro de forma convincente.
Vários países, incluindo os Estados Unidos, a União Europeia e vários países latino-americanos, se recusaram a reconhecer o presidente Maduro como vencedor sem que Caracas divulgasse dados detalhados da votação. O governo do presidente Maduro deteve mais de 2.400 pessoas desde a eleição, criando o que a ONU chamou de “um clima de medo”.
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