O Ministério das Relações Exteriores do Brasil manifestou, neste sábado (9), sua preocupação com a violência crescente em Moçambique após os resultados das eleições presidenciais de 9 de outubro.
A disputa eleitoral, que deu vitória a Daniel Chapo, do partido Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), com 70% dos votos, desencadeou uma série de protestos liderados pelos apoiadores de Venâncio Mondlane, candidato do partido Podemos, que denunciam fraudes no processo.
Desde o anúncio oficial dos resultados pela Comissão Nacional de Eleições, em 24 de outubro, manifestações tomaram as ruas de Maputo, capital moçambicana.
Os confrontos entre manifestantes e forças de segurança já resultaram em pelo menos 30 mortes e 66 feridos, segundo o Hospital Central de Maputo.
Em nota, o governo brasileiro destacou a importância da liberdade de reunião e manifestação, e apelou para que todos envolvidos ajam com moderação, visando garantir protestos pacíficos e a preservação do contexto democrático.
Venâncio Mondlane e outros partidos de oposição, como o Movimento Democrático de Moçambique (MDM), questionam a vitória de Chapo e exigem a recontagem dos votos ou novas eleições.
Nas redes sociais, Mondlane tem incentivado os protestos até que, em suas palavras, “a verdade eleitoral seja restabelecida”.
O exército moçambicano, segundo o porta-voz general Omar Saranga, foi acionado para apoiar a polícia e conter os atos nas ruas, buscando restabelecer a ordem.
Organizações como o Centro de Integridade Pública e a Anistia Internacional se pronunciaram contra a repressão aos manifestantes e pediram respeito aos direitos de livre expressão e reunião popular.
Com a crise instalada, a comunidade internacional segue atenta aos desdobramentos em Moçambique, preocupada com a estabilidade e segurança no país africano.