O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, autorizou a Ucrânia a utilizar mísseis de longo alcance fornecidos pelo governo americano em ataques contra a Rússia.

A decisão, revelada pelo jornal The New York Times, representa uma mudança significativa na postura dos EUA, que até então mantinham restrições sobre esse tipo de armamento.

A permissão de Biden para que a Ucrânia use mísseis contra a Rússia surge em meio a relatos de que tropas norte-coreanas foram enviadas para apoiar os russos na guerra, o que elevou as tensões no conflito. A decisão também veio logo após Biden visitar Manaus, neste domingo (17).

De acordo com o jornal, os mísseis serão empregados contra forças russas e norte-coreanas na região de Kursk, no oeste da Rússia.

Essa área foi reconquistada pela Ucrânia em agosto, durante uma contraofensiva militar. Apesar de ser vista como uma decisão estratégica, a autorização gerou preocupações entre membros do Pentágono e da Casa Branca, que temem uma escalada da guerra por parte do presidente russo, Vladimir Putin.

Putin ameaça represálias e amplia tensão internacional

A utilização de mísseis americanos pela Ucrânia já era considerada um ponto sensível no conflito. Putin havia alertado que essa medida mudaria a natureza da guerra e prometeu represálias, incluindo a possibilidade de testes nucleares.

Parlamentares russos classificaram a decisão como um “passo sem precedentes” e afirmaram que isso poderia levar a uma terceira guerra mundial, segundo a agência Tass.

A autorização do uso de mísseis por Biden também reflete a resposta dos EUA e da OTAN às crescentes ações russas na Ucrânia, que ganharam força em uma nova fase ofensiva iniciada em maio.

Ao mesmo tempo, aliados europeus da Ucrânia intensificaram seu apoio, com países como a França considerando até o envio de tropas.

Escalada militar e realinhamentos globais

A guerra entre Ucrânia e Rússia, que começou em fevereiro de 2022, ganhou novos contornos com o estreitamento das relações entre Rússia e Coreia do Norte. Tropas norte-coreanas foram posicionadas ao lado das forças russas, aprofundando o conflito e pressionando os aliados da Ucrânia a revisar suas estratégias.

Com a vitória de Donald Trump nas eleições americanas e sua promessa de resolver a guerra “em 24 horas”, as incertezas sobre o futuro do apoio dos EUA à Ucrânia aumentaram.

Apesar disso, Biden tomou a decisão de levantar a restrição dos mísseis de longo alcance antes do fim de seu mandato, previsto para janeiro de 2025.

Decisão de Biden para Ucrânia usar mísseis

Fontes do New York Times revelaram que, apesar do receio de uma escalada por parte de Putin, a necessidade de fortalecer a Ucrânia no atual cenário pesou mais na decisão do governo Biden.

Autoridades americanas reconhecem que a medida é arriscada, mas consideram que a entrada de tropas norte-coreanas exige uma resposta contundente.

A guerra continua a se intensificar. Na Ucrânia, o presidente Volodymyr Zelensky apresentou em outubro um “plano da vitória” ao Parlamento e aos EUA, reafirmando o compromisso de resistir à invasão russa.

No entanto, o avanço das tropas de Putin, especialmente no final de outubro, destacou a gravidade da situação e a urgência de ações mais incisivas por parte dos aliados ocidentais.