O Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) iniciou uma investigação sobre a eleição presidencial venezuelana, realizada em julho deste ano.
O objetivo da ONU é investigar possíveis irregularidades na contagem dos votos e fraude na Venezuela, que tem sido amplamente contestada pela oposição e por líderes internacionais.
ONU investiga suspeita de fraude na Venezuela
De acordo com o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Nicolás Maduro obteve 52,21% dos votos, superando seu principal adversário, Edmundo González, que registrou 44,2%.
No entanto, opositores alegam que houve manipulação dos resultados e afirmam ter evidências de que González teria vencido com 67% dos votos.
Governos internacionais também levantaram suspeitas sobre a legitimidade do pleito. O grupo das sete maiores economias do mundo (G7) – formado por Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Reino Unido e Estados Unidos – rejeitou a reeleição de Maduro e reconheceu González como o vencedor.
A investigação da ONU foi motivada por uma denúncia apresentada por um grupo de advogados internacionais.
Entre eles está Ignacio Álvarez Martínez, um venezuelano residente nos Estados Unidos, que afirma não ter sido autorizado a votar na eleição, assim como outros cidadãos venezuelanos no exterior.
Segundo o grupo, o governo de Maduro violou os direitos políticos dos eleitores em um “padrão sistemático de desrespeito à vontade popular expressa no voto, quando os resultados não favorecem Maduro e seus aliados.
As acusações incluem falta de transparência no processo, restrição ao voto de venezuelanos fora do país, dificuldade no controle social do pleito e ausência de acesso à justiça para contestar os resultados.
Reação do comitê da ONU
Em resposta às denúncias, o comitê solicitou que o governo venezuelano preserve as atas eleitorais e outros documentos essenciais para investigar suspeita de fraude na Venezuela. Essa medida visa garantir a integridade das provas enquanto o processo está em andamento.
Enquanto isso, a oposição e os advogados aguardam a análise das provas pela ONU. A decisão pode influenciar a posição de outros governos e organismos internacionais sobre o futuro político da Venezuela.