Após mais de duas décadas de impasses, o Mercosul e a União Europeia (UE) anunciaram nesta sexta-feira (6), em Montevidéu, a conclusão do acordo de livre comércio entre os blocos.

A medida prevê a redução de tarifas de exportação, beneficiando mercados que somam mais de 750 milhões de consumidores.

O anúncio ocorreu durante a cúpula do Mercosul, com a presença de líderes como Luiz Inácio Lula da Silva, Javier Milei (Argentina), Luis Lacalle Pou (Uruguai) e Santiago Peña (Paraguai), além da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

Von der Leyen classificou o tratado como uma “vitória para a Europa” e destacou que ele “economizará 4 bilhões de euros em taxas anuais para empresas europeias”.

“Este é um acordo ganha-ganha, que trará benefícios significativos para consumidores e empresas, de ambos os lados. Estamos focados na justiça e no benefício mútuo. Ouvimos as preocupações de nossos agricultores e agimos de acordo com elas. Este acordo inclui salvaguardas robustas para proteger seus meios de subsistência”, disse von der Leyen.

Ela assegurou que padrões sanitários da UE serão mantidos e mencionou salvaguardas para proteger agricultores locais.

Benefícios e desafios do acordo

O pacto abrange livre comércio, cooperação ambiental e harmonização de normas sanitárias, além de proteger direitos de propriedade intelectual e abrir mercados de compras governamentais.

Embora o acordo represente oportunidades econômicas, há resistência em setores como o agronegócio europeu, especialmente na França, que teme perda de competitividade. Do lado do Mercosul, especialistas apontam riscos para indústrias locais devido à concorrência europeia.

Próximos passos

O texto agora passará por revisões jurídicas, traduções e aprovação dos Legislativos dos países-membros de ambos os blocos, além de validação no Parlamento Europeu e no Conselho Europeu.