O presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou que o acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia (UE), anunciado nesta sexta-feira (6), precisou de mudanças para que as negociações pudessem ser concluídas.

No discurso da Cúpula do Mercosul, realizada em Montevidéu, no Uruguai, Lula falou que o acordo de agora é diferente do de 2019.

Naquele ano, o governo do então presidente Jair Bolsonaro pôs fim às negociações políticas.

“As condições que herdamos eram inaceitáveis. Foi preciso incorporar ao acordo temas de alta relevância para o Mercosul. Conseguimos preservar nossos interesses em compras governamentais, o que nos permitirá implementar políticas públicas em áreas como saúde, agricultura familiar e ciência e tecnologia”, destacou o presidente.

Vantagens

O presidente Lula comemorou o fim das negociações e afirmou que o acordo permite assegurar ao Brasil novos mercados para exportações e fortalecer os fluxos de investimentos.

“Após dois anos de intensas tratativas, temos hoje um texto moderno e equilibrado, que reconhece as credenciais ambientais do Mercosul e reforça nosso compromisso com os Acordos de Paris. A realidade geopolítica e econômica global nos mostra que a integração fortalece nossas sociedades, moderniza nossas estruturas produtivas e promove nossa inserção mais competitiva no mundo”, comentou.

Lula ainda citou que estão criando uma das maiores áreas de livre comércio do mundo, com mais de 700 milhões de pessoas e um Produto Interno Bruto (PIB) de US$ 22 bilhões.

Acordo

O novo acordo entre os blocos ainda precisa ser ratificado internamente por cada um dos países-membros.

A medida prevê a redução de tarifas de exportação, beneficiando mercados que somam mais de 750 milhões de consumidores.

O pacto abrange livre comércio, cooperação ambiental e harmonização de normas sanitárias, além de proteger direitos de propriedade intelectual e abrir mercados de compras governamentais.