O francês Dominique Pelicot, foi condenado nesta quinta-feira (19) à pena máxima de 20 anos de prisão por drogar a ex-mulher, Gisèle Pelicot, para estuprá-la com dezenas de estranhos.

“Senhor Pelicot, em relação ao conjunto dos fatos, o declaramos culpado de estupro com agravantes”, declarou o presidente do tribunal de Avignon, Roger Arata.

Os abusos ocorrem enquanto ela estava inconsiente, ao longo de uma década. Durante o julgamento, Pelicot admitiu ser um estuprador e pediu perdão à família.

Outros 50 réus, apontados como cúmplices no caso, também foram considerados culpados.

As condenações variam entre três e 15 anos de prisão, em médio, tempo menor que o pedido pelo Ministério Público francês.

Segundo a agência AFP, no total as penas dos acusados soma 428 anos de prisão.

Gisèle Pelicot, hoje com 72 anos, renunciou ao anonimato e exigiu que vídeos gravados por seu ex-marido fossem exibidos no tribunal, na esperança de incentivar outras mulheres a denunciarem casos de violência sexual.

O caso gerou revolta na França, levando milhares de pessoas às ruas em apoio à vítima e outras mulheres que sofrem abusos.

Também reacendeu debates sobre a legislação francesa de estupro, que atualmente não menciona explicitamente a necessidade de consentimento.

Os acusados, muitos dos quais conheceram Pelicot online, alegaram que acreditavam estar participando de práticas consensuais organizadas pelo casal. No entanto, Gisèle deixou claro que não havia consentido em nenhuma dessas ações.