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14 de janeiro: um ano depois do colapso de oxigênio, Manaus agora tem filas por testes em nova escalada da Covid-19 na capital

Há exato um ano a cidade de Manaus vivenciou um dos seus piores dias na história. Naquele momento, o oxigênio terminava em unidades de saúde da capital e doentes infectados pelo coronavírus acabaram morrendo asfixiados. O caos prosseguiu por dias.

Agora, no mesmo 14 de janeiro, em 2022, a população se depara novamente com problemas causados pela Covid-19. A busca dessa vez não ocorre por cilindros de CO2, mais por testes para saber se está doente.

A variante ômicron do coronavírus surgiu no fim de 2021 e, neste momento, provoca nova turbulência na pandemia que parecia caminhar para números melhores.

O mundo já contabiliza quase 4 milhões de casos de Covid em 24 horas.

Na capital do Amazonas, farmácias e laboratórios particulares viram seus estoques de testes para a doença zerarem em poucos dias.

O Centro Municipal de Testagem para Covid-19, Unidades Básicas de Saúde (UBS), Serviços de Pronto Atendimento (SPA) e Unidades de Pronto Atendimento (UPA) ainda são locais disponíveis com testes gratuitos (veja lista e endereços abaixo).

A Prefeitura de Manaus garante que ainda possui estoque de 70 mil testes e deve receber mais 300 mil kits nos próximos dias.

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Enquanto isso, a cidade de Manaus assiste novamente a escalada de casos também impulsionados após os festejos de fim de ano.

Médicos afirmam que felizmente a vacina está evitando um drama ainda maior que no passado, pois a capacidade de infecção da variante ômicron poderia resultar em um quadro sem precedentes na rede hospitalar e em cemitérios.

Números

Para se ter noção exata da citação acima, resgatamos como exemplo a data 12 de janeiro de 2021, dois dias antes do colapso de oxigênio.

Neste dia foram registrados no Amazonas 1.958 novos casos e 54 óbitos, sendo 27 ocorridos nas ultimas 24h.

No mesmo dia de 2022, última quarta-feira, o estado alcançou 1.659 casos, mas não registrou mortes nas ultimas 24h, e um óbito foi encerrado por critérios clínicos.

Em relação ao número de internados no ano passado, na mesma data, 1.553 pacientes lutavam para sobreviver em hospitais. Neste ano, o número de internações chegou a 153, cerca de 90% a menos que o início do período mais crítico da pandemia para os amazonenses.

Apesar dos números demonstrarem que o quadro é bem diferente do que ocorreu há um ano, a situação não dá espaço para relaxamento.

As estatísticas só aumentam e nesta quinta-feira, 13, o número de casos saltou para 2.404 registros e 4 mortes.

Foto: Jeyzy Xavier – Fila no Studio 5 para realizar teste de Covid

 

Centro Municipal de Testagem

Em Manaus, a procura por testes para detecção do coronavírus nos últimos dias cresceu 200%, segundo laboratórios entrevistados pelo Portal Norte.

A alta demanda e o grande número de infectados foram responsáveis pela abertura do Centro Municipal de Testagem para Covid-19, na Zona Sul, quarta-feira, 12.

Só nas quatro primeiras horas do primeiro dia, 1,2 mil pessoas foram até o local para realizar o teste.

O Portal Norte visitou o lugar nesta quinta e constatou que a demanda não mudou.

Nem tão próximo ao local de entrada do Centro Municipal de Testagem, o tamanho da fila “já avisa” que a procura é alta.

No local, é possível encontrar também quem procura por um teste e carrega no coração a saudade de quem partiu vítima do coronavírus.

Norma Cristina Santos, de 53 anos, perdeu o marido e o cunhado para a doença. Ela compareceu ao local com a filha, que ia fazer o teste.  

”Nós chegamos às 10h da manhã e ficamos na fila. Agora, chegou a vez dela, já está na fila do teste. Ela está com tosse, cansada e com dor de cabeça”, disse.

O técnico em eletrônica, Fabio Chaves, 39 anos, procurou o centro de teste por causa de sintomas no corpo desde o fim de semana.

Depois de duas horas e meia na fila, ele acabou descobrindo que está com Covid.

“Eu senti sintomas no domingo, resolvi vir hoje aqui e fazer o teste rápido. Estão fazendo tudo aqui, teste, depois passa no médico, e em seguida já pega os medicamentos. Deu positivo e agora vou ficar de licença até me recuperar”, disse.

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UBS, UPA e SPA

Em todas as zonas da cidade há UBSs que atendem até às 21h e algumas no fim de semana e feriado.

Os pacientes com sintomas gripais mais frequentes, como coriza, tosse e dor de cabeça, podem buscar assistência em uma UBS próxima de casa.

Pacientes com sintomas mais graves, como dificuldade para respirar, febre alta, os locais para atendimento são os SPAs e UPAs.

Tanto a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) quanto a Secretarias Estadual de Saúde (SES-AM) disponibilizam a coleta de testes antígeno rápido e RT-PCR. 

Nas UBSs, nos SPAs e UPAs o teste é realizado somente após o médico solicitar o exame.

Foto: Prefeitura de Manaus – Realização de testes no Studio 5

São 21 UBSs que realizam a testagem na capital. Acesse aqui para ver os locais, o nome e o contato das unidades básicas. 

O teste de antígeno e RT-PCR é ofertado nas seguintes unidades da rede pública estadual, para pacientes com sintomas mais graves. Clique no nome para acessar o endereço.

– UPA José Rodrigues;

– SPA e Policlínica Danilo Corrêa;

– SPA Joventina Dias;

– SPA Zona Sul;

– UPA Campos Sales;

– SPA Alvorada;

– SPA Coroado;

– SPA São Raimundo;

– SPA Enfermeira Eliameme Rodrigues Mady;

– SPA Dr. José Lins;

– SPA Chapot Prévost.

Demanda nos hospitais

O Amazonas está há dois dias registrando aumento exponencial nos casos de coronavírus. A alta também já é sentida nos leitos clínicos e de Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Em todo o Estado são 357 leitos disponíveis para pacientes com o coronavírus. Desse total, 240 são leitos clínicos, e 117 de UTI.

Os dados são do Painel de Acompanhamentos de Leitos da Secretaria de Saúde do Amazonas (SES-AM). 

Até às 10h35 desta quinta-feira, 13, todos os leitos públicos do Estado estavam com cerca de 35% de ocupação.

Conforme o painel, 47% dos leitos clínicos estão ocupados, enquanto pacientes com Covid-19 preenchem 38% das UTIs.

Os hospitais 28 de agosto e Delfina Azizi estão, respectivamente, com 77% e 79% dos leitos clínicos lotados, e 50% e 61% das UTIs tomadas por pessoas com sintomas agravantes da doença.

No interior, o Hospital Jofre Cohen, em Parintins, está com 100% de todos os leitos ocupados.

Em Itacoatiara, 84% dos leitos de UTIs estão ocupados por pacientes com sintomas graves da Covid-19.

Novos Leitos

O titular da Secretaria de Saúde do Amazonas (SES-AM), Anoar Samad, informou nesta quinta-feira, 13, que o Estado está abrindo 74 novos leitos no Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV).

“Hoje abrimos leito no HUGV, 54 leitos clínicos e 20 leitos de UTI. A partir de hoje estaremos direcionando para lá os pacientes que precisam de internação, que estão com sintomas de síndromes respiratórias por diversos vírus, menos Covid-19. Isso irá alivar a rede para que receba mais pacientes com coronavírus”, informou o secretário.

Samad também disse que o Hospital Nilton Lins já está preparado, com equipamentos e suplementos médicos, caso seja preciso abri-lo para atendimento ao público.

O secretário alertou ainda que 67% das pessoas que estão internados no Estado não estão vacinadas.

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