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Criação de ‘Consórcio de prefeituras da Região Metropolitana de Manaus’ busca maior controle de queimadas

Manaus encoberta por fumaça e qualidade do ar continua 'perigosa'

Manaus foi considerada uma das piores cidades do mundo para se respirar, segundo o World Air Quality Index - Foto: Sando Pereira/ Estadão Conteúdo

O prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), anunciou para os próximos dias a criação de um consórcio das prefeituras da Região Metropolitana de Manaus (RMM), com o intuito de estabelecer um maior controle de queimadas no estado.

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Neste ano, Manaus e outras cidades da RMM foram bastante castigadas com fumaça intensa durante semanas. A situação já ocorre todos os anos mas atingiu níveis absurdos em 2023, levando Manaus a ser classificada como segunda cidade no mundo com pior qualidade do ar.

O anúncio do prefeito aconteceu durante o programa ‘Pensa Comigo’, da TV Norte SBT Manaus, exibido no início da madrugada desta segunda-feira (23).

“Nós estamos criando já nos próximos dias o consórcio da Região Metropolitana […] Nós precisamos dar suporte a esses municípios que não têm a mesma condição de Manaus. Inclusive foi uma das demandas, uma das minhas falas na semana passada com a ministra Marina Silva e o vice-presidente Geraldo Alckmin”, revelou David.

Para David, se a capital do Amazonas obteve sucesso na redução de queimadas, outros municípios também podem ter. Ele acredita que a criação do consórcio vai ajudar no auxílio a outros municípios na conscientização ambiental.

“Se a cidade de Manaus, que é a maior cidade do estado, mais da metade da população da cidade foi consciente, nós podemos chegar também no interior”, declarou.

Para o prefeito, Manaus está “dando a fórmula” e, com isso, pretende também contar com o auxílio do ente federal para adquirir mais recursos no combate às queimadas.

“Nós temos como acessar recursos do Fundo Amazônia para criar brigadas. Manaus conseguiu, nós estamos dando a fórmula, nós queremos poder contar com a ajuda do Governo Federal para não passarmos mais pelo que nós passamos durante esse ano”, declarou.

Ainda sobre o problema das queimadas, o prefeito afirmou que “Manaus fez a sua parte”. Segundo o chefe do executivo municipal, diante do maior registro de queimadas detectadas, Manaus ficou no índice “quase zero”.

“Manaus tem consciência ambiental, nós temos responsabilidade com o meio ambiente. Nós implementamos muitas políticas com relação a essa fumaça, produzida no interior do estado e que acaba ficando em cima da cidade de Manaus, em virtude dos ventos”, salientou.

Sobre a ação de fazendeiros e pecuaristas que utilizam as queimadas na agricultura, o prefeito salientou a conscientização na capital chamada “Manaus sem fumaça” e “Agricultura sem fogo”.

Segundo ele, nas comunidades rurais, foi realizada uma conscientização ambiental e distribuição de implementos agrícolas para diminuir o impacto de queimadas e da fumaça.

David Almeida enfatizou o incentivo, com o valor de R$ 14 milhões, no cultivo dos agricultores para colocar seus alimentos na merenda escolar, mas a condição era não queimar.

“A gente chega para o agricultor, chega com a cooperativa e diz ‘Olha, vocês vão plantar, eu vou dar todo esse implemento. Você vai produzir, eu vou te comprar, porém, se tu queimar, se tu fizer fogo, se sair fumaça, eu não compro a tua produção'”, explicou.

Sobrevoo para combate a queimada no Amazonas – Foto: Alex Pazuello/ Secom

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Manaus intoxicada

Segundo dados do Governo do Amazonas, nos meses de setembro e outubro foram 10.051 focos de calor em todo o estado.

Desse total, a Região Metropolitana registrou 1.628 focos. O Centro do Amazonas foi o que teve mais focos, com 2.333 casos.

Em Manaus, foram registrados 35 focos de calor, todos na Região Metropolitana.

No ranking, o município que mais provocou focos de calor foi Lábrea, com 1.225 registros.

Além disso, o número de queimadas registradas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) cresceu 134% entre os anos de 2003 e 2023.

Como consequência dessas queimadas, a fumaça intensa tomou conta de Manaus por dias consecutivos.

Durante vários dias, o índice de qualidade do ar na cidade foi apontado como “perigoso” à saúde humana.

Segundo o Ibama, a fumaça que encobriu a capital foi provocado por queimadas em Autazes, Careiro, Careiro da Várzea, Itacoatiara e Manacapuru.

Confira o programa Pensa Comigo, com David Almeida

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