Segundo uma pesquisa publicada na revista Nature, o início de uma redução significativa na cobertura de floresta na Amazônia pode ser em 2050.
“[…] Influencia na quantidade de água, na quantidade de carbono que a floresta é capaz de manter e reciclar água” disse a cientista Marina Hirota, da Universidade de Santa Catarina (UFSC) e uma das coordenadoras do estudo.
Segundo ela, “não é um colapso total”, mas que a pesquisa aponta um “colapso parcial”.
O artigo científico foi publicado nesta quarta-feira (14) e reúne 24 pesquisadores de todo o mundo, dos quais 14 são brasileiros.
Medidas para combater o ‘colapso’
Marina salientou que, dentre o que pode ser feito, está o combate ao desmatamento da região.
Outra medida seria a restauração ecológica a partir de meios eficientes. Segundo a cientista, isso depende da governança brasileira e de outros países amazônicos.
Mudanças climáticas
Outro ponto destacado por Marina foram as mudanças climáticas, o que também depende de ações em escala global.
“O clima da Amazônia é muito dirigido pelo que acontece na temperatura global do planeta”, destacou.
Devido ao aumento da temperatura do mundo, o impacto será em “cascata” na Amazônia, segundo a cientista.
“As previsões são de redução gradual da quantidade de chuvas, aumento da duração e da intensidade das secas, aumento de eventos extremos de seca, de chuva, intercalados”, disse.
Além das temperaturas, secas e desmatamento, os incêndios e queimadas são um fato alarmante de “estresse na Amazônia”.
Limites críticos
Os estudiosos preveem limites críticos que, se atingidos, podem causar um colapso de partes ou de toda a floresta.
São eles:
- Aumento da temperatura média global acima de 1,5 ºC;
- Volume de chuvas abaixo de 1,8 mil milímetros (mm);
- Duração da estação seca superior a cinco meses; e
- Desmatamento superior a 10% da cobertura original da floresta, somada à falta de restauração de pelo menos 5% do bioma.
“Estamos nos aproximando de todos os limiares. No ritmo em que estamos, todos serão alcançados neste século”, declarou Bernado Flores, outro coordenador do estudo.