O município de Japurá (a 743 km de Manaus) apresenta problemas ambientais decorrente do garimpo ilegal.

É o que revelou nesta terça-feira (21), o geógrafo Joel Araújo, superintendente do Ibama no Amazonas.

Segundo o superintendente, a alta renda per capita, em grande parte alimentada por essa atividade clandestina, paradoxalmente contribui para uma série de problemas que assolam a região.

A falta de gestão adequada dos resíduos é uma das consequências mais visíveis dessa realidade.

“O surgimento de um lixão a céu aberto é testemunha dessa negligência, que não apenas polui o ambiente, mas também impacta negativamente a saúde da população local. A presença de sacolas plásticas em várias pequenas áreas é um retrato comum dessas práticas”, diz Joel.

Em Japurá, além das questões ambientais, os problemas sociais também são evidentes.

A violência e a exploração do trabalhador são desafios constantes enfrentados pela comunidade.

Com um Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de apenas 0,522, Japurá figura abaixo de outros municípios da região, refletindo um quadro de crianças fora da escola e de acesso precário à saúde.

Alternativas

No entanto, há alternativas viáveis para enfrentar esses problemas.

O analista ambiental destaca que os municípios pequenos, como Japurá, possuem grande potencial na geração de resíduos orgânicos, os quais podem ser revertidos em benefício da agricultura familiar através da compostagem.

Esta prática não apenas contribuiria para a preservação ambiental, mas também poderia melhorar a alimentação nas escolas, proporcionando uma dieta mais saudável às crianças.

Política Nacional dos Resíduos Sólidos

Apesar das denúncias e da evidente urgência em resolver essas questões, a gestão adequada dos resíduos ainda não foi efetivamente implementada em Japurá.

O analista ressalta que a solução para esses desafios já existe na literatura e em exemplos ao redor do mundo, como a Política Nacional dos Resíduos Sólidos no Brasil, que preconiza a Gestão Integrada.

O caso de Japurá não é isolado. Municípios como Parintins, Tefé e Autazes, também enfrentam problemas semelhantes em relação à gestão de resíduos.

“É imperativo que medidas eficazes sejam adotadas para reverter esse quadro, garantindo um ambiente saudável e condições de vida dignas para toda a população”, finaliza.