O garimpo ilegal na região do Lourenço, no Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque, no Amapá, teve um aumento de 304% em um ano, entre 2022 e 2023.

A região devastada é equivalente a mais de 170 campos de futebol. Os impactos são apontados como severos, principalmente sobre a população ribeirinha.

A exposição dos locais ao mercúrio pode resultar em tremores, insônia, perda de memória, convulsões, surtos psicóticos e morte.

Para conseguir 1 quilo de ouro, é necessário utilizar cerca de 2,6 quilos de mercúrio.

A atividade ilegal interfere na segurança alimentar na Amazônia, já que o peixe é um das principais fontes de alimento na região.

“Infelizmente, através do consumo desse pescado, não só pelas comunidades do entorno, mas também das cidades onde esse peixe vai parar, acaba contaminando a população em geral”, disse Décio Yocota, coordenador do Programa de Gestão da Informação do Iepé, Instituto de Pesquisa e Formação Indígena.

As gestantes podem sofrer ainda mais com o cenário, devido aos danos neurológicos que podem atingir os bebês.

“Os grupos de risco são as crianças e as mulheres grávidas. Nos dois casos onde o feto, ou as crianças estão desenvolvendo o seu sistema nervoso e, infelizmente, o mercúrio tem esse efeito sobre o sistema nervoso central que pode levar, em casos mais graves, até a morte”, explicou Décio.

Segundo informações da Polícia Federal e do IBAMA, o Amapá é uma das regiões alvo dos garimpeiros que foram expulsos de áreas como a Terra Indígena Yanomami.