No Dia Mundial da Água, é importante destacar a importância da qualidade da água para a saúde pública e a preservação dos ecossistemas aquáticos.

Com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), cientistas locais têm conduzido estudos abrangentes para analisar os parâmetros da qualidade da água e monitorar a saúde de organismos aquáticos na região amazônica.

Um dos estudos em destaque é conduzido por pesquisadores da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), que realizam expedições científicas nas bacias do Tarumã Mirim, Tarumã-Açu, São Raimundo, Educandos e Puraquequara.

A pesquisa visa fornecer dados fundamentais para o monitoramento da qualidade da água nessas bacias, auxiliando na tomada de decisões dos gestores públicos.

Resultado da pesquisa

Coordenado pelo doutor em Físico-Química, Sergio Duvoisin Junior, da UEA, o grupo ‘Química Aplicada à Tecnologia-GP QAT’ utiliza 138 parâmetros de qualidade, conforme o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), para suas análises.

Os resultados obtidos até o momento destacam a degradação nas bacias do São Raimundo e Educandos, além dos primeiros sinais de degradação na Bacia do Tarumã-Açu, enquanto as bacias do Tarumã Mirim e Puraquequara são consideradas saudáveis.

4ª Expedição de Monitoramento da Qualidade de Águas Brutas do Rio Negro

Recentemente, foi lançada a 4ª Expedição de Monitoramento da Qualidade de Águas Brutas do Rio Negro, liderada pelo pesquisador Sérgio Duvoisin Junior.

Este projeto visa ampliar o entendimento sobre a qualidade das águas do Rio Negro, utilizando mais de 140 parâmetros de monitoramento para estabelecer um padrão de monitoramento regular ao longo do tempo.

Impactos da Poluição nos Ambientes Aquáticos

Outro projeto financiado pela Fapeam concentra-se na saúde de peixes e tartarugas na Amazônia, liderado pela doutora em Ecotoxicologia, Fabíola Domingos Moreira, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).

Este estudo avaliou o efeito da atividade humana em igarapés urbanos de Manaus e Unidades de Conservação.

As análises revelaram respostas bioquímicas e genotóxicas intensas nos peixes expostos à poluição urbana, indicando alterações na qualidade de vida desses animais.

Entre as espécies estudadas estão o tracajá e peixes como bodó, aracu e peixe-cachorro. Os resultados destacaram os impactos negativos da poluição urbana sobre essas espécies.

As pesquisas foram realizadas em diversos locais, incluindo igarapés urbanos de Manaus, a Reserva Biológica do Abufari (REBIO-AB) em Tapauá, e a Reserva de Desenvolvimento Sustentável Piagaçu-Purus (RDS-PP) que abrange os municípios de Anori e Beruri.

O estudo também avaliou a presença de metais em peixes coletados, concluindo que a maioria estava dentro dos limites apropriados para consumo humano, segundo a legislação vigente.

Esses estudos destacam a importância da preservação da qualidade da água para a saúde pública e a conservação dos ecossistemas aquáticos na região amazônica, fornecendo informações valiosas para a gestão sustentável dos recursos hídricos.