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Sistema de IA reconhece espécies florestais comerciais na Amazônia

Metodologia da Embrapa ajudará a reconher espécies de valor comercial - Foto: Divulgação/Embrapa

Metodologia da Embrapa ajudará a reconher espécies de valor comercial - Foto: Divulgação/Embrapa

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) lançará, no dia 24 de abril, o Netflora, metodologia com uso de Inteligência Artificial (IA) que permite reconhecer espécies florestais de valor comercial e indicar sua exata localização na floresta.

A identificação das espécies é feita com base em características disponíveis em bancos de dados.

Os estudos para o uso de IA em atividades florestais, realizados desde 2015 pela empresa, acontecem por meio do projeto Geotecnologias aplicadas à automação florestal e espacialização dos estoques de carbono em uso nativo e modificado da terra na Amazônia Ocidental (Geoflora).

As pesquisas são conduzidas nos estados do Acre, Rondônia, Roraima, Amapá, Pará e Amazonas, em parceria com o Fundo JBS pela Amazônia.

Para a viabilização da plataforma, são necessários investimentos em computadores, drones, baterias e estrutura adequada de escritório. Segundo Evandro Orfanó, pesquisador da Embrapa, o gasto é recompensado com redução nos custos de produção.

“Uma vez treinado e especializado, o algoritmo também fornece métricas, como diâmetro e área de copa, que possibilitam estimar, por meio de equações alométricas (que relacionam formas e tamanhos), o volume de madeira de cada árvore. Essas ferramentas tecnológicas contribuem para o aumento da produção florestal com conservação ambiental”, completa Evandro.

Em comparação, o levantamento das espécies realizados pelas equipes em campo, tem custo estimado entre R$ 100 e R$ 140, enquanto com a plataforma, o custo é reduzido para valores entre R$ 4 a R$ 6.

Captação de dados

Para construir o banco de dados de treinamento de algoritmos, foram mapeados mais de quarenta mil hectares de floresta, em 37 sítios (áreas) do Acre, Rondônia e sul do Amazonas, com uso de drones, durante dois anos.

A pesquisa realizou mais de mil planos de voo e cada um deles gerou cerca de trezentas imagens aéreas. Após a coleta das informações, o treinamento dos algoritmos acontece através de IA, que extraem as imagens de alta resolução com as informações do objeto e apresenta aos algoritmos.

Lançamento ocorrerá no dia em que a Embrapa completa 51 anos – Foto: Mauricilia Silva

As duas primeiras versões serão lançadas no dia do aniversário de 51 anos da Embrapa. Uma das versões permite reconhecer o açaí solteiro (Euterpe precatoria Mart.) nas fases produtiva (com cachos) e não produtiva, no Acre. A outra, reconhece também nove espécies de palmeiras da Amazônia (paxiúba, buriti, jaci, ouricuri, murmuru, tucumã, inajá, patauá e bacaba).

Os outros sete algoritmos serão lançados pela Embrapa até fevereiro de 2025, com capacidade para identificar espécies madeireiras e não madeireiras, em diferentes locais da Amazônia.

*Com informações da assessoria

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