A seca extrema em 2023 revelou mais uma ameaça para o boto do rio Amazonas, o tucuxi e também ao peixe-boi amazônico. 

A Sea Shepherd Brasil, em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), embarca na quinta missão da “Expedição Boto da Amazônia” para identificar os danos às populações.

A nova etapa da pesquisa pretende qualificar a saúde populacional e densidade de duas espécies de botos amazônicos.

No entanto, após a seca extrema de 2023, a operação ganhou um objetivo prioritário: verificar o quanto a mortalidade destes animais afetou as populações para além das arras de Tefé e Coari.

Nestas duas cidades, no interior do Amazonas, o Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (IDSM) identificou mais de 270 botos mortos.

Além da pesca incidental, poluição e perda de habitat, a maior ameaça aos botos tem sido o uso do seu corpo como isca para um peixe bagre chamado Piracatinga, além das mudanças climáticas.

A campanha contará com dez cientistas experientes em técnicas de monitoramento e outras investigações, incluindo a Dra. Vera da Silva, pesquisadora do INPA desde 1981,  e Dra. Sannie Brum, líder do INPA na operação embarcada. 

“Agora, essa expedição será mais necessária do que nunca.  Com as informações obtidas poderemos colocar uma luz em como secas extremas podem ter afetado as populações desses golfinhos em diferentes pontos da bacia amazônica, e em lugares que ainda não tivemos a chance de investigar”

Dra. Vera da Silva

Segundo o estudo “Transições críticas no sistema da floresta Amazônica”, publicado na revista Nature, a região amazônica está cada vez mais exposta aos efeitos desastrosos do clima.

A pesquisa estima que, até 2050, 10% a 47% das florestas da Amazônia passarão por perturbações agravadas que poderão desencadear transições inesperadas nos ecossistemas.