As queimadas atingiram todo o Brasil nos últimos dias, causando transtornos as populações. Na região Norte, principalmente na Amazônia, têm aumentado nos últimos anos.

Em 2024, a Amazônia registrou 8.969 focos de queimadas entre 1º de janeiro e 29 de abril, um aumento de 153% em relação a 2023.

Além disso, as mudanças climáticas, como a seca e as ondas de calor, estão agravando as queimadas, deixando a floresta mais propensa a pegar fogo.

Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) indicam que Amazonas e Pará concentram mais da metade dos focos de incêndio registrados de janeiro a agosto de 2024.

Adicionalmente, no Acre e em Rondônia, o tempo seco prolongado provoca um número altíssimo de focos de incêndio.

De acordo com o mapeamento feito pelo governo revelou que as áreas mais afetadas estão localizadas próximas às rodovias que conectam Porto Velho (RO), o sul do Amazonas e Novo Progresso, no Pará.

Acre

O Acre enfrenta o pior mês de agosto na série histórica de queimadas. Até o dia 25, o estado registrou 3.482 focos de incêndio, superando todos os anos anteriores.

Alé disso, seca, baixa umidade do ar e os incêndios intensificaram a crise. Comparado a 2023, o aumento é de 889%, com 5.280 focos registrados até agora, superando os totais de 2022 e 2023. Este número já representa 96% do total de queimadas em 2021.

O Inpe registrou 499 queimadas no estado no mês passado, um aumento de 597% em comparação com agosto.

Amazonas

O Amazonas enfrenta, portanto, um cenário ambiental crítico devido à combinação de seca nos rios e queimadas. De acordo com dados do governo estadual divulgados em agosto, a seca já afeta quase 290 mil pessoas.

Como resultado, as cidades têm dificuldade em receber insumos, os preços dos produtos aumentam e comunidades indígenas e ribeirinhas correm o risco de ficarem isoladas.

Além disso, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) registrou um recorde de queimadas no estado.

Até sábado (24), foram identificados 7 mil focos apenas em agosto, superando, assim, os números do mesmo mês em 2023.

Consequentemente, o governo estadual prevê que o Amazonas pode enfrentar uma seca tão intensa quanto ou até pior do que a de 2023, a mais severa já registrada na história do estado.

Atualmente, 20 dos 62 municípios estão em situação de emergência.

Rondônia

Entre 1º de janeiro e 26 de agosto, Rondônia registrou mais de 5,5 mil focos de incêndio, o segundo maior número desde 2019, quando houve mais de 6,4 mil focos.

Em resposta à situação, o governo estadual declarou emergência devido ao aumento dos incêndios florestais, que atingiram o maior nível em seis anos.

Com o decreto, os órgãos estaduais estão autorizados a atuar sob a coordenação do Comitê Estadual de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais (CEPCI), permitindo que cada município solicite e gerencie recursos para combater as chamas.

Os focos de incêndio se concentram em Porto Velho e na região norte do estado. Em Urupá, agricultores arriscam suas vidas para conter as chamas. Grandes incêndios também foram registrados em Jaru e Ji-Paraná. Segundo o Ibama, a situação é muito preocupante.

Roraima

Nos primeiros quatro meses de 2024, a área de floresta degradada na Amazônia alcançou o maior nível em pelo menos 15 anos, de acordo com o monitoramento por imagens de satélite do instituto de pesquisa Imazon, divulgado na semana passada.

Entre janeiro e abril, foram detectados 2.846 km² de degradação, e 99% desse total ocorreu em Roraima devido às queimadas.

Pará

O Banco de Dados de Queimadas (BDQueimadas) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) registrou o Pará como o estado com o maior número de focos de calor no fim de semana, sábado (24) e domingo (25), com 1.103 focos.

As cidades de São Félix do Xingu, Altamira e Novo Progresso lideraram o número de focos, registrando 272, 206 e 183 focos, respectivamente.

Queimadas na Amazônia

Em julho, a Amazônia registrou 11.434 focos de calor, que são mais que o dobro dos 5.772 focos registrados no mesmo mês em 2023 e bem acima da média histórica de 6.164.

A Amazônia é a maior floresta tropical do mundo, cobrindo partes de vários países da América do Sul, como Brasil, Peru e Colômbia.

Em menos de um mês, o fogo destruiu 2,5 milhões de hectares na região. Desde o início do ano, incêndios já afetaram mais de 4,1 milhões de hectares na Amazônia.

Na última semana, o Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos do Inpe detectou alta concentração de fumaça que se espalhou e atingiu vários estados.

Dessa forma, este é o pior cenário para julho desde 2005. Além disso, o Amazonas foi o estado mais afetado, concentrando 37% dos focos de calor, ou seja, 4.241 focos, estabelecendo um novo recorde.

A combinação de florestas degradadas e um clima mais seco, por sua vez, cria um ambiente propício para incêndios, ameaçando a biodiversidade e as comunidades que dependem da floresta.

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