O Cerrado, um dos biomas mais ricos e variados do Brasil, enfrenta sérias consequências devido aos incêndios que ocorreram nos últimos meses.
Segundo o Instituto Jurumi, as perdas podem incluir diversas espécies típicas do Cerrado, como pequis, jacarandá-cerrado, caliandra, tamanduás e antas.
As queimadas também impactam pequenas criaturas, como roedores, lagartos, borboletas e sapos, que agora se veem com um futuro incerto sem seus habitats.
Essas espécies são essenciais para o equilíbrio do bioma e para a vida que nele floresce.
O Instituto Jurumi alerta: “Cada incêndio, por menor que seja, compromete a flora, a biodiversidade e as bacias hidrográficas”.
Impacto nas bacias hidrográficas
Uma bacia hidrográfica é uma área onde toda a água da chuva vai parar em um rio, lago ou mar.
As nascentes, que são pontos onde a água sai do solo e começa a formar rios e córregos, são muito importantes para essa área.
Elas ajudam a manter o fluxo de água e garantem recursos essenciais para as plantas, animais e pessoas que vivem por perto.
As nascentes, que dependem de um ecossistema saudável, também estão em risco, pois os incêndios podem danificar as áreas ao redor.
A destruição da vegetação expõe o solo, aumentando a erosão e a sedimentação dos corpos d’água.
Além disso, a qualidade da água pode ser comprometida pela liberação de poluentes no solo.
“Cada bacia hidrográfica funciona como um organismo vivo, com relações complexas entre suas partes. No entanto, cada queimada pode afetar, de forma significativa ou sutil, o funcionamento das nascentes que compõem essa bacia, comprometendo a qualidade e a disponibilidade de água que sustenta a vida na região”, enfatiza o Instituto.
As queimadas costumam diminuir de forma expressiva apenas com a chegada das chuvas, o que ainda não aconteceu no DF que já enfrenta mais de 150 dias sem chuvas.
As equipes de vigilância, especialmente as brigadas florestais, permanecem em alerta, controlando e apagando incêndios menores antes que se tornem incontroláveis.
O sentimento de perda
Trabalhadores, frequentadores e admiradores das unidades de conservação em Brasília expressam tristeza ao ver os efeitos devastadores das queimadas.
“É doloroso ver as unidades de conservação de Brasília pegando fogo, como se a essência de nossa natureza estivesse sendo consumida, deixando para trás não apenas a flora e a fauna, mas também a esperança de um futuro mais verde”, disse o publicitário Gustavo Pablo, morador de Brasília e frequentador da Floresta Nacional da cidade.
“É uma perda ampla, para plantas, animais, seres vivos que vivem na área e para pessoas que diretamente participam do dia-a-dia da UC ou para quem se beneficia da qualidade ambiental oferecida à região, da água mantida por esses ecossistemas”, afirma o Instituto.
Apesar da dor causada pelos incêndios, a solidariedade da população se destaca como uma luz de esperança.
Muitas pessoas estão se mobilizando para ajudar a proteger a biodiversidade que tanto amam.
“É crucial manter os cuidados, pois a Flona de Brasília é um bem coletivo”, ressalta o Instituto Jurumi.
Além disso, o instituto destaca que cada um pode fazer a diferença; informar sobre incêndios e apoiar ações de combate são fundamentais para preservar o que resta.
Embora o Cerrado tenha uma relação natural com o fogo, onde algumas plantas precisam dele para germinar, esses incêndios devem ocorrer em harmonia com a natureza, “não devido à ação humana”, conclui o instituto.
O cenário atual representa um problema ambiental que afeta a saúde e a segurança da população. Conservar o Cerrado é uma responsabilidade coletiva, conforme enfatiza o Instituto Jurumi.
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