Neste domingo (13), é o Dia Internacional para a Redução de Catástrofes. A data ganha ainda mais relevância diante dos eventos climáticos extremos que estão sendo vivenciados no mundo, a exemplo das secas recordes na Amazônia, as enchentes no Rio Grande do Sul e as chuvas torrenciais no deserto do Saara, além do maior furacão registrado nos últimos 100 anos na Flórida (EUA).
A data reforça a importância de ações para a redução do risco de catástrofes. Segundo a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), o impacto dos perigos naturais pode ser reduzido por meio de esforços proativos e sistemáticos para analisar e diminuir os fatores causadores desses desastres.
“A adaptação climática é a nossa nova realidade. Não nos preparamos para os efeitos das mudanças climáticas. Seja na Amazônia ou nos Estados Unidos, tudo está ocorrendo de forma nunca antes vista. No Amazonas, há poucos dias chegamos a mais uma seca histórica, com o Rio Negro batendo o recorde de 12,11 metros. Me pergunto qual futuro que nos aguarda, se não começarmos a realmente levar a sério a conservação e preservação do meio ambiente”, comenta a superintendente de Desenvolvimento Sustentável de Comunidades da FAS, Valcléia Solidade.
De acordo com a também ambientalista, a Fundação Amazônia Sustentável (FAS) vem promovendo uma série de articulações para implementar em comunidades amazônicas soluções que ajudem a proteger as florestas, rios e, principalmente, as pessoas que vivem nessas regiões e são as primeiras afetadas pelos extremos das mudanças climáticas.
Bioeconomia reduz catástrofes naturais
Entre as soluções que agregam valor e tradição está o fortalecimento da bioeconomia, que pode ser uma das medidas para o desenvolvimento sustentável da Amazônia e contribui para a redução do desmatamento, além de gerar renda para as populações tradicionais.
Uma das iniciativas da instituição é o projeto “Empreendedoras da Floresta”, que está beneficiando 60 mulheres atuantes na cadeia do artesanato em três Unidades de Conservação (UCs) do Amazonas. O projeto é executado pela FAS, em parceria com a L’Oréal Fund for Women.
A artesã Ingrid Diniz, moradora da comunidade indígena Três Unidos, do povo Kambeba, na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Rio Negro, destaca os benefícios que vem recebendo por meio da iniciativa.
“O projeto veio em uma boa hora para nós, artesãs, para conhecer pessoas novas e desenvolver ainda mais o nosso trabalho. Hoje, a venda online é importante. Então, com o curso estamos aprendendo a vender nosso artesanato pelas redes sociais. No primeiro módulo, conhecemos várias artesãs de outras comunidades onde a Fundação [FAS] atua. [Foi muito bom] conhecer novas mulheres que trabalham no mesmo ramo, mas com sementes diferentes, fibras diferentes. Isso acaba agregando em nosso trabalho”, comenta Diniz.
Outra liderança feminina que também atua na cadeia do artesanato é Izolena Garrido, vice-presidente do Conselho Administrativo da FAS, que aborda sobre os desafios enfrentados pelas mulheres ribeirinhas, indígenas, quilombolas e extrativistas.
“Mulheres empreendedoras das florestas têm grandes desafios na Amazônia e as mudanças climáticas afetam diretamente o processo de coleta de matéria-prima, especialmente, quando se trata de fibras, pigmentos, cipós e outras matérias orgânicas usadas na confecção dos produtos artesanais. Saber respeitar a vida das espécies, frente a esses eventos extremos onde extrair pode significar extinguir, sacrificar, matar uma espécie, é muito necessário no mundo empreendedor. É preciso conhecer o momento de armazenar para continuar produzindo”, revela.
*Com informações da assessoria