Cientistas do Observatório Copernicus da União Europeia indicam que 2024 deve se tornar o ano mais quente já registrado na história, superando 2023 e marcando um momento crítico na luta contra as mudanças climáticas.
Segundo os especialistas, este será provavelmente o primeiro ano em que a temperatura global ficará 1,5°C acima dos níveis pré-industriais – um marco preocupante para a meta climática estabelecida no Acordo de Paris.
A divulgação desses dados alarmantes acontece pouco antes da COP 29, conferência da ONU sobre o clima que será realizada no Azerbaijão, onde líderes globais se reunirão para discutir políticas climáticas e ações para reduzir o aquecimento global.
Recorde de temperaturas
Dados do Observatório Copernicus apontam que as temperaturas registradas entre janeiro e outubro de 2024 já foram suficientes para consolidar o ano como o mais quente desde o início dos registros. A única possibilidade de isso não acontecer seria uma queda extrema nas temperaturas nos meses restantes do ano – uma hipótese considerada improvável.
A tendência de aumento da temperatura é global, afetando todos os continentes e oceanos. Cientistas acreditam que, se esse ritmo continuar, 2025 poderá ser ainda mais quente, reforçando a urgência de ações climáticas efetivas para mitigar os impactos das emissões de gases de efeito estufa, como o dióxido de carbono, proveniente da queima de combustíveis fósseis.
Impacto das mudanças climáticas
A equipe do Observatório Copernicus reforçou a importância de agir agora para reduzir a queima de combustíveis fósseis, alertando que o limite de 1,5°C, estabelecido no Acordo de Paris, poderá ser ultrapassado até o final da década.
Esse aumento de temperatura tem sido diretamente associado ao crescimento de eventos climáticos extremos, como enchentes, incêndios florestais e furacões, que causam danos humanos e econômicos.
Exemplos recentes incluem inundações devastadoras na Espanha, que causaram centenas de mortes. Como os incêndios florestais no Norte e Centro-Oeste do Brasil e no Peru. Nos Estados Unidos, o furacão Milton, intensificado pelas mudanças climáticas, resultou em ampla destruição.