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País pode enfrentar déficit de energia elétrica nos próximos meses, diz ONS

Por conta dos principais reservatórios de água do país estarem em nível crítico, devido à falta de chuvas, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou nesta sexta-feira, 27, a manutenção da bandeira vermelha 2, em vigor desde junho, para o mês de setembro. 

A bandeira vermelha 2 representa uma cobrança adicional de R$ 9,492 para cada 100 kWh consumidos, e é a mais cara das tarifas extras. 

A agência não atualizou o valor da bandeira como esperavam economistas e até mesmo parte do governo.

ONS

Esse cenário faz com que o governo federal recorra a usinas térmicas, com um custo maior de geração. O valor extra é repassado aos consumidores finais por meio da bandeira tarifária.

O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) prevê que o país enfrente um déficit de energia elétrica em outubro e novembro deste ano caso não adote “recursos adicionais”, que seriam novas unidades de geração de energia que impeçam que o consumo ultrapasse a oferta.

“Sem isso ou uma forte economia de energia, há um grande risco de apagão por causa da degradação no nível de armazenamento dos reservatórios, com a estiagem”, diz a entidade.

O Ministro

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que conversou com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para segurar o aumento do preço da bandeira tarifária da conta de luz, em meio à crise hídrica enfrentada.

“A bandeira subiu e ia subir mais. Eu sugeri moderação: sobe um pouco mais, mas por mais tempo, porque precisamos repor os reservatórios. É melhor subir um pouco por mais tempo do que subir mais por apenas três meses”, avaliou em participação no evento da XP Investimentos, nesta quinta-feira, 26.

Ainda assim, ele reconheceu os riscos da crise hídrica, mas reforçou ser apenas mais um desafio a ser enfrentado pelo governo Bolsonaro.

Reservatórios secos

De acordo com o último boletim divulgado pelo ONS, os reservatórios das Usinas Hidrelétricas do Sudeste e do Centro-Oeste operam com apenas 22,7% de sua capacidade de armazenamento. Responsáveis por cerca de 70% da geração hídrica do país, os reservatórios apresentam os níveis mais baixos dos últimos 91 anos. O volume útil de Furnas está em 18,3% e da usina de Nova Ponte em 12,2%.

 

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