O acidente que aconteceu com o avião que matou a cantora Marília Mendonça e outras quatro pessoas, em Caratinga, no Vale do Rio Doce, poderia se repetir na aproximação de várias outras pistas mineiras. A afirmação é de pilotos que fazem voos em Minas Gerais.
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Perda de altitude, colisão contra torres de transmissão elétrica e queda em vale montanhoso são apenas alguns itens que poderiam acontecer novamente, pois as construções estão situadas em locais com obstáculos, sem estrutura e cuidado ou em relevo que representam desafios a mais para os pilotos, sobretudo os que se encontram em pane ou outras dificuldades.
Dos 67 aeródromos públicos do estado cadastrados pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), pelo menos 35 (52%) figuram em uma lista de espaços que apresentam condições desfavoráveis.
Desses, 29 nem sequer podem ser utilizados para pousos e decolagens sem a luz do dia, e outros oito chegaram a ponto tão crítico que a Anac interditou sua utilização.
Ao menos 10 pilotos membros de aeroclubes ou integrantes de escolas de voo das cidades de Belo Horizonte, Uberlândia, Juiz de Fora, Ipatinga, Lavras e Pará de Minas, consideram que pousar no aeroporto de Ubaporanga, próximo a Caratinga (em direção ao qual o avião com a cantora fazia aproximação para pouso antes de cair a cerca de 4,5 quilômetros da pista), requer atenção, mapeamento, conhecimento de condições prévias e experiência, situação que pode ser agravada por emergência.
O avião que levava Marília voava a baixa altitude e mergulhou no vale em 5 de novembro. As investigações estão a cargo da Polícia Civil, para possíveis responsabilizações civis e criminais, e do 3º Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa III) da FAB, para determinação das causas do acidente e melhorias do sistema de transporte aéreo.
Segundo os pilotos, condições de pane, dificuldades mecânicas ou problemas da tripulação seriam agravados, por exemplo, se um avião precisasse pousar no Aeroporto Juscelino Kubitschek, em Teófilo Otoni, na Região do Vale do Rio Mucuri. Sinalização da pista é considerada ruim, bem como sua disposição. São frequentes as queimadas que atingem a pista, bloqueando a visão dos pilotos com fumaça.
Ainda segundo a concepção dos pilotos, o aeródromo de Teófilo Otoni é um dos piores, ao lado do de Viçosa e de Caxambu. Os de Abaeté, Araguari, Conceição do Mato Dentro, Minas Novas, Paraguaçu, Turmalina e Unaí chegaram ao extremo de terem sido interditados até que adquiram, por meio de obras, equipamentos, licenças e documentação a capacidade de operar com segurança.
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