Os quatro réus presos preventivamente após o incêndio na Boate Kiss em janeiro de 2013 vão a júri popular nesta próxima quarta-feira, 1º de dezembro, no Foro Central da cidade de Porto Alegre.
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Os acusados são os sócios da casa noturna, Elissandro Callegarro Spohr e Mauro Londero Hoffmann; o vocalista da banda Gurizada Fandangueira, que se apresentou na noite da tragédia, Marcelo de Jesus dos Santos; e o produtor musical Luciano Bonilha Leão. Os quatro serão julgados, e a Justiça deve definir se a prisão será em regime aberto ou fechado.
A tragédia
No dia 27 de janeiro de 2013, a Boate Kiss, casa noturna localizada na Rua dos Andradas, no centro da cidade gaúcha de Santa Maria, recebia milhares de jovens para confraternizar, quando houve o incêndio de grandes proporções.
Segundo contou na época o guitarrista da banda, Rodrigo Lemos, o fogo começou depois que um sinalizador foi aceso. Ele disse que os colegas de banda logo tentaram apagar o incêndio, mas o extintor não teria funcionado. Um dos componentes da banda, o gaiteiro Danilo Jaques, morreu no local.
Ainda sem saberem do que se tratava, seguranças tentaram impedir a saída antes do pagamento.
Naquele dia, as faíscas atingiram o teto revestido de espuma. Em poucos minutos o fogo já havia se alastrado por todo o prédio. Não demorou para a tragédia de terríveis proporções.
Houve empurra-empurra, muitos conseguiram deixar o local, outros ficaram presos, desmaiaram, tiveram intoxicação pela fumaça e acabaram morrendo por não encontrar uma saída.
Segundo peritos, o sistema de ar condicionado ajudou a espalhar a fumaça. Além disso, um curto-circuito provocado pelo incêndio causou uma explosão. O saldo final da tragédia foi a morte de 240 pessoas.
“Eu ouvi o grito de uma menina: ‘abre, abre, a Kiss está pegando fogo’. Quando eu olhei para o palco, eu vi um clarão. Eu olhei para o meu amigo e disse: ‘a Kiss está realmente pegando fogo’. E nisso ele agarrou a minha mão e me puxou. Mas eu me perdi dele, porque a fumaça já tinha tomado conta da Kiss. Eu não enxergava um palmo na frente do nariz. Até eu me bati na primeira grade, consegui pular aquela grade e caí para fora da boate. Eu desmaiei”, contou uma sobrevivente por meio de uma rede social.
A perícia policial apontou que uma combinação de fatores provocou a tragédia: o material empregado para isolamento acústico (com a espuma irregular), associado ao uso de sinalizador em ambiente fechado, a saída única, as falhas no extintor e a exaustão de ar inadequada. Associado a tudo isso, o indício de superlotação.
O caso comoveu todo o país na época e provocou debates sobre superlotação em casas noturnas.
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