O relatório lançado pela Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB) e pela Organização dos Povos Isolados (OPI) realizou um levantamento e mostrou que 84,5% do desmatamento ocorrido dentro da Terra Indígena Ituna-Itatá, no sudoeste do Pará, ocorreu entre 2019 e 2021.

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O documento é baseado nos dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e mostra que dos 22 mil hectares desmatados ilegalmente dentro do território, 18,6 mil foram devastados nos últimos três anos.

O relatório busca expor as ameaças e perigos aos quais os povos que vivem em isolamento voluntário estão expostos hoje no Brasil. Ele afirma que os 22 mil hectares desmatados dentro da Ituna-Itatá até hoje representam 26,7 mil campos de futebol e 12,9 mil árvores adultas destruídas.

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São 289 quilômetros de estradas e ramais abertos clandestinamento, sendo que a maioria, 220 quilômetros, aberta em 2019. Segundo o levantamento, 93% da Terra Indígena está comprometida por fazendeiros que, por meio do Cadastro Ambiental Rural (CAR), afirmam ter propriedades dentro daquela área.

A situação dramática vivida pela Terra Indígena Ituna-Itatá é apenas a ‘ponta do iceberg’, afirmou o porta-voz da Campanha Amazônia do Greenpeace Brasil Danicley de Aguiar.

“Uma das grandes questões que envolve esse território é o fato de que ele funciona como uma ‘porta’ para o complexo de florestas que existe no Mosaico da Terra do Meio, no Pará”.

“Caso os criminosos ambientais dominem completamente a Terra Indígena Ituna-Itatá, eles vão ganhar acesso a uma área de 24 milhões de hectares de florestas. Além dos povos isolados, uma série de outras áreas protegidas também estarão vulneráveis e expostas. Se Ituna-Itatá sucumbir aos interesses da pecuária e do mercado de terras, abre-se a caixa de pandora, e assistiremos um avanço brutal da grilagem e do desmatamento por toda a Terra do Meio”, afirmou o porta-voz.   

 

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