Em dezembro de 2021, um vídeo que mostrava uma menina de 13 anos se afogando em uma piscina viralizou na internet.

Maria Rita ficou cerca de dois minutos submersa após ter os cabelos sugados pelo ralo, enquanto brincava com as amigas. Ela ficou com a cabeça presa debaixo d’água e chegou a ficar desacordada.

Para resgatá-la, o pai de uma das amigas precisou cortar o cabelo da jovem, que foi retirada da piscina e reanimada no local. Ela foi encaminhada ao hospital, onde fez exames e logo foi liberada.

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Situações como esta são mais comuns do que se imagina, mas nem sempre tem um final feliz.

Segundo dados da Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (Sobrasa), a cada uma hora e meia, um brasileiro morre afogado, sendo que 59% das mortes na faixa de 1 a 9 anos de idade ocorrem em piscinas.

Para agravar, a maioria das crianças de 4 a 12 anos, que sabem nadar, se afogam pela sucção da bomba, justamente o que aconteceu com Maria Rita.

Já segundo o Ministério da Saúde, no Brasil, são declarados, por dia, 17 óbitos por afogamento em piscinas – sendo que três deles são de crianças. 

Ralo de sucção é um perigo

O ralo de sucção, como o próprio nome sugere, é elaborado para sugar. Contudo, eles não sorvem somente a poeira e a sujeira.

É absorvido por este equipamento tudo que se aproxima: cabelos, dedos, colares, relógios, peças de roupas etc.

E o impacto da ação ainda conta com a “ajuda” da força da água, dificultando que as pessoas, sobretudo as crianças, tenham possibilidades de emergir.

Sabendo que os ralos de sucção são como “armadilhas” no fundo da piscina, e estão diretamente relacionados com vários casos de acidentes e afogamentos, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) determinou a prática da NBR nº 10.339 de 2018.

De acordo com a norma técnica, esses dispositivos devem ser comercializados com materiais que oferecem segurança, com tampa anti-aprisionamento interligada ao skimmer (caixa de captação de forma retangular ou quadrada, que deve ser embutida ou parafusada nas paredes da piscina), e este interligado a motobomba.

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Apesar da determinação da ABNT, na prática, não é assim que funciona, mesmo porque não há uma fiscalização encima dos ralos de sucção.

“E, para agravar ainda mais a situação, quanto mais vazão de água, maior é o risco de acidente. E é bem comum que os proprietários de piscina coloquem cascatas, chafariz, hidromassagem, toboágua… Assim, se a demanda de água aumenta, há um acréscimo também de sujeira. E o ralo de sucção entende que tem que sugar mais e mais, tornando-se um inimigo oculto”, informou o especialista em piscinas Bráulio César Bandeira Aleixo.

Ocorre, também, que, infelizmente, mesmo que o ralo da piscina esteja protegido com grade ou outro aparato, se porventura estiver quebrado, ausente do local, tiver sofrido algum tipo de dano ou simplesmente estiver desgastado pela ação do tempo, o risco de acidentes aumenta consideravelmente.

Uma grelha quebrada, por exemplo, pode fazer com que objetos ou um membro (dedo, braço, perna, cabelo…) fiquem presos no ralo.

Há quem diga que uma tampa mais moderna, com aberturas menores, é a mais apropriada, mas não há 100% de garantia.

Dispositivo

Segundo Aleixo, no País foi desenvolvido um dispositivo que zera o risco de mortes por sucção.

Ao invés de ser acoplado no fundo da piscina, o dispositivo é colocado nas laterais, acabando de “uma vez por todas” com o perigo do “sugar para o fundo”.

Ainda conforme o especialista, o dispositivo atende todas as determinações da ABNT.

“A segurança dentro de uma piscina merece atenção especial, então investir em dispositivos que alertam para perigos em piscinas é uma atitude consciente de precaução”, finalizou Bráulio Aleixo.

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