Uma hepatite misteriosa que atinge crianças avança na Europa e preocupa especialistas. No Brasil, o Ministério da Saúde monitora nove casos suspeitos. As investigação seguem no Paraná, Rio de Janeiro, São Paulo e Espírito Santo.
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Antes mesmo do registro de casos suspeito no Brasil, a Organização Mundial da Saúde já havia emitido um alerta depois de ser comunicada sobre infecções em mais de 200 países.
Especialistas defendem que os serviços de saúde devem ficar atentos a possíveis casos.
A chefe da unidade de Infectopediatria do Instituto da Criança e do adolescente do Hospital das Clínicas da FMUSP, Heloísa Helena de Souza Marques, explica sobre essa hepatite misteriosa, em entrevista ao Jornal da USP no Ar 1ª Edição
“O que chamou atenção, inicialmente no Reino Unido, foi que eles começaram a ver crianças pequenas com um quadro de hepatite muito grave e fora do esperado do ponto de vista epidemiológico”, afirma.
Em muitas dessas crianças foi registrada a falência hepática, sendo necessário o transplante de fígado.
Heloísa explica que foram 169 casos confirmados. Em cerca de 10% deles o transplante foi necessário. Também foi relatada a morte de uma criança, mas as causas totais ainda precisam ser investigadas.
Ela conta que esses casos são chamados de misteriosos por que não são causados por nenhum dos vírus da hepatite conhecidos.
Na investigação infecciosa e nas biópsias hepáticas, Heloísa conta que adenovírus do tipo F foram identificados, mas até o momento não é possível concluir que eles são os responsáveis pelas lesões.
“A gente precisa ter um acúmulo maior de informações. Esses adenovírus não têm como característica causar lesão hepática”, afirma.
A pesquisadora concluiu falando da importância da vacinação.
“Para hepatite A e B, tem vacina no nosso calendário do Plano Nacional de Imunizações. Que as nossas crianças possam se proteger e ter os efeitos da doença atenuados”, recomenda.
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