Uma mulher acusada de mandar matar o padrasto que a estuprava foi absolvida pelo tribunal do júri pela segunda vez, em Boa Vista, Roraima.

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A mulher de 30 anos foi estuprada pelo homem durante 10 anos. Em 2011, ela teria cometido o crime.

O padrasto foi morto a golpes de terçado por dois amigos dela e do namorado.

A mulher e o companheiro foram acusados de serem os mandates do crime. Os dois foram inocentados.

O defensor público José Roceliton Vito Joca alegou, durante o julgamento, no dia 2 de junho, que a mulher procurou a polícia quando era mais nova para denunciar os estupros sofridos dos 6 aos 16 anos de idade.

O defensor argumentou que não houve nenhuma providência para protegê-la à época do estupro ou depois.

Segundo Roceliton, o Estado, “ao se omitir nos cuidados com a ré, vítima de estupro desde criança, e não punindo o abusador, agora vítima, foi o grande responsável pelo crime, pois nada disso teria acontecido desta forma se a lei tivesse sido cumprida”.

De acordo com a defesa, no dia do crime, a ré havia pedido para que o namorado a buscasse na faculdade, pois o padrasto estava rondando o local, perseguindo-a. 

O padrasto estava numa moto quando o carro conduzido pelo namorado da mulher o derrubou. Depois, ele foi morto pelos dois amigos.

Para a DPE-RR, a mulher não poderia ter premeditado o crime.

“Apesar da dolorosa experiência suportada, que ainda se prolongou no tempo por novo julgamento, nesse período, ela buscava recuperar-se dos traumas, formou-se em direito, teve uma filha e recebeu sua OAB-RR, concluindo que seria muita injustiça ser inserida, agora, no ambiente prisional, já que na verdade foi uma vítima e se salvou sozinha”, destacou o defensor.

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