Numa expedição organizada pelo Projeto Coral Vivo, entre abril e maio deste ano, pesquisadores da Universidade de São Paulo descobriram novos recifes de coral no sul da Bahia.
Os corais estão no fundo do Banco Royal Charlotte, uma grande plataforma submarina no sul da Bahia, que ainda hoje é uma das regiões mais desconhecidas da costa brasileira.
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Os dados da expedição ainda estão sendo processados, mas já deixam claro que a região, a exemplo de Abrolhos, abriga grandes extensões de ecossistemas recifais, incluindo recifes de corais e bancos de rodolitos, além de outras estruturas geológicas interessantes.
Em um dos pontos mais intrigantes, batizado de Laje 11, os pesquisadores encontraram um grande canal submerso, possivelmente um leito de rio pré-histórico, com paredes revestidas de corais e habitado por uma enorme variedade de peixes, pequenos invertebrados e outras formas de vida marinha.
Um ecossistema tão colorido e vibrante que parece ser um recife de águas rasas, mas que, na verdade, está a mais de 40 metros de profundidade, já na zona conhecida como “mesofótica” (com baixa incidência de luz solar).
“Acho que é um dos recifes mais saudáveis, profundos, que eu já vi no Brasil”, diz o pesquisador Ronaldo Francini Filho, do Centro de Biologia Marinha (Cebimar) da USP, em São Sebastião, que mergulhou no local.
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“Não esperava encontrar um recife tão complexo e tão saudável como esse, especialmente nessa profundidade.”
E esse foi apenas um dos pontos identificados como de interesse pelos cientistas ao longo do banco, que tem cerca de 6 mil quilômetros quadrados (do tamanho do Distrito Federal).
O que se chama de “banco”, neste caso, é uma plataforma submersa que se projeta mar adentro desde a borda do continente, em outras palavras, uma extensão da plataforma continental, que marca a fronteira entre as águas costeiras do continente e o mar profundo. Sua borda mais distante fica a cerca de 100 quilômetros da costa, entre os municípios baianos de Belmonte, Santa Cruz Cabrália e Porto Seguro.
Além de fazer imagens, os pesquisadores aproveitaram para coletar amostras da geologia e da biodiversidade do banco, que foram trazidas de volta ao continente para serem analisadas mais detalhadamente em laboratório, por exemplo, para análises de composição química e identificação de espécies.
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